terça-feira, 31 de maio de 2011

Senadores tucanos questionam Haddad sobre livros com erros


Na audiência pública desta terça-feira (31/05) com o ministro da Educação, Fernando Haddad, na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), os senadores do PSDB Alvaro Dias (PR), Cyro Miranda (GO), Marisa Serrano (MS) e Paulo Bauer(SC) questionaram o conteúdo dos livros didáticos aprovados pelo MEC.

O senador Cyro Miranda, um dos autores do requerimento da audiência, citou a repercussão negativa na imprensa dos livros com erros gramaticais e conteúdo ideológico. “Nos livros há uma tentativa simplista de elogiar o governo petista, e o material didático não pode favorecer um ou outro governo. Acho que não deve ser o foco do livro. Além disso, a forma errada de falar não é melhor maneira de ensinar os estudantes. Estamos ferindo direitos constitucionais e princípios éticos. Não é melhor ensinarmos o português correto aos mais humildes do que levar o erro a milhares de estudantes?”, questionou o senador.

O líder do PSDB, senador Alvaro Dias, também autor do requerimento, disse que o debate é importante para que o “MEC não seja visto como um comitê eleitoral”. O senador argumentou que é inegável o viés ideológico dos livros. “A responsabilidade é de conteúdo, portanto dos autores e dos responsáveis pela aprovação. É um enfrentamento que cabe ao ministério. Há parcialidade nos livros de história, que mostram capas de revistas triunfalistas sobre o presidente Lula e omitem as capas do mensalão, por exemplo”, situou.

Alvaro Dias leu trechos dos livros com erros de português, disse que a discussão teórica da sociolingüística sobre a linguagem popular não deveria sair da academia para as salas de aula e questionou “se a ciência prova que temos condições de aprender a linguagem, por que incentivar o ensino do erro?”. O líder cobrou ainda do ministro Haddad explicação sobre como será a devolução aos cofres públicos do dinheiro gasto com o kit anti-homofobia.

A senadora Marisa Serrano, que é professora, falou da necessidade de uma mudança na ótica do MEC, tendo em vista os inúmeros problemas da pasta, como o vazamento das provas do ENEM e os livros didáticos: “Não é uma ingerência do Legislativo no Executivo, mas, com esse debate, podemos complementar, ajudar, aperfeiçoar as questões do MEC. Fico preocupada com o livro didático mostrando a forma errada de falar. É importante que respeitemos a fala das pessoas, mas dentro da escola devemos priorizar a língua culta. Essa metodologia não pode ser aceita”, destacou.

Marisa Serrano também protestou quando o ministro Fernando Haddad disse que o Legislativo poderia sugerir mudanças na gestão do MEC e no Programa Nacional do Livro Didático. “É brincadeira Ministro, o MEC tem técnicos para isso, nós parlamentares não temos esta função!”

O senador Paulo Bauer disse que quando o PSDB critica, o faz com conhecimento de causa. “Falamos por um partido que conhece os problemas da educação, nacionalmente e nos estados, afinal temos oito governadores e quase dois mil prefeitos. E o assunto dos livros com erros causou polêmica, tanto que defendi o recolhimento dos livros, já que era necessária uma providência imediata e urgente. Afinal devemos partir do certo para o certo, não do errado para o certo”, disse Bauer.

Paulo Bauer também criticou o fato de países da língua portuguesa não estarem homologando o novo acordo ortográfico. “Estamos sendo excessivamente zelosos na prática do que foi acordado, enquanto outros sequer firmaram o compromisso de fazê-lo, isso é desrespeitoso para um País como o nosso, é uma política equivocada no âmbito internacional”, reiterou.

Assessoria de Comunicação da Liderança do PSDB no Senado

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