terça-feira, 31 de maio de 2011

Senadores tucanos questionam Haddad sobre livros com erros


Na audiência pública desta terça-feira (31/05) com o ministro da Educação, Fernando Haddad, na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), os senadores do PSDB Alvaro Dias (PR), Cyro Miranda (GO), Marisa Serrano (MS) e Paulo Bauer(SC) questionaram o conteúdo dos livros didáticos aprovados pelo MEC.

O senador Cyro Miranda, um dos autores do requerimento da audiência, citou a repercussão negativa na imprensa dos livros com erros gramaticais e conteúdo ideológico. “Nos livros há uma tentativa simplista de elogiar o governo petista, e o material didático não pode favorecer um ou outro governo. Acho que não deve ser o foco do livro. Além disso, a forma errada de falar não é melhor maneira de ensinar os estudantes. Estamos ferindo direitos constitucionais e princípios éticos. Não é melhor ensinarmos o português correto aos mais humildes do que levar o erro a milhares de estudantes?”, questionou o senador.

O líder do PSDB, senador Alvaro Dias, também autor do requerimento, disse que o debate é importante para que o “MEC não seja visto como um comitê eleitoral”. O senador argumentou que é inegável o viés ideológico dos livros. “A responsabilidade é de conteúdo, portanto dos autores e dos responsáveis pela aprovação. É um enfrentamento que cabe ao ministério. Há parcialidade nos livros de história, que mostram capas de revistas triunfalistas sobre o presidente Lula e omitem as capas do mensalão, por exemplo”, situou.

Alvaro Dias leu trechos dos livros com erros de português, disse que a discussão teórica da sociolingüística sobre a linguagem popular não deveria sair da academia para as salas de aula e questionou “se a ciência prova que temos condições de aprender a linguagem, por que incentivar o ensino do erro?”. O líder cobrou ainda do ministro Haddad explicação sobre como será a devolução aos cofres públicos do dinheiro gasto com o kit anti-homofobia.

A senadora Marisa Serrano, que é professora, falou da necessidade de uma mudança na ótica do MEC, tendo em vista os inúmeros problemas da pasta, como o vazamento das provas do ENEM e os livros didáticos: “Não é uma ingerência do Legislativo no Executivo, mas, com esse debate, podemos complementar, ajudar, aperfeiçoar as questões do MEC. Fico preocupada com o livro didático mostrando a forma errada de falar. É importante que respeitemos a fala das pessoas, mas dentro da escola devemos priorizar a língua culta. Essa metodologia não pode ser aceita”, destacou.

Marisa Serrano também protestou quando o ministro Fernando Haddad disse que o Legislativo poderia sugerir mudanças na gestão do MEC e no Programa Nacional do Livro Didático. “É brincadeira Ministro, o MEC tem técnicos para isso, nós parlamentares não temos esta função!”

O senador Paulo Bauer disse que quando o PSDB critica, o faz com conhecimento de causa. “Falamos por um partido que conhece os problemas da educação, nacionalmente e nos estados, afinal temos oito governadores e quase dois mil prefeitos. E o assunto dos livros com erros causou polêmica, tanto que defendi o recolhimento dos livros, já que era necessária uma providência imediata e urgente. Afinal devemos partir do certo para o certo, não do errado para o certo”, disse Bauer.

Paulo Bauer também criticou o fato de países da língua portuguesa não estarem homologando o novo acordo ortográfico. “Estamos sendo excessivamente zelosos na prática do que foi acordado, enquanto outros sequer firmaram o compromisso de fazê-lo, isso é desrespeitoso para um País como o nosso, é uma política equivocada no âmbito internacional”, reiterou.

Assessoria de Comunicação da Liderança do PSDB no Senado

FHC lança relatório sobre drogas nos EUA

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso embarca nesta terça-feira para Nova York, onde lança na próxima quinta, dia 2, um relatório que defende mudanças profundas na forma como a sociedade lida com as drogas ilícitas.

O documento, preparado pela Comissão Global de Política sobre Drogas, da qual FHC é presidente, reúne argumentos que mostram a guerra contras as drogas como um fracasso.

Para elaborar o relatório, FHC se juntou aos ex-presidentes César Gaviria, da Colômbia, Ernesto Zedillo, do México, e Ruth Dreifuss, da Suiça, ao ex-secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e ao escritor Mario Vargas Llosa.(Welbi)

Aloysio Nunes aponta “vazio de poder e liderança” na política de segurança do Governo Dilma


Da tribuna do Senado, o senador Aloysio Nunes (PSDB/SP) apontou, nesta segunda-feira (30.05,) o “vazio de poder e liderança” na política de segurança do Governo Dilma Rousseff (PT), frisando que na raiz do problema está o descumprimento de promessas mirabolantes de campanha relativas à segurança das nossas fronteiras e ao tráfico de armas e drogas . Para Aloysio Nunes, trata-se do mesmo vazio de comando que paralisa o Governo, com o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, envolvido em graves denúncias de enriquecimento ilícito.

“Seria importante o Governo gastar na segurança pelo menos um centésimo da energia que usa para evitar que o ministro Palocci venha ao Congresso explicar como ficou milionário em quatro anos, exercendo a consultoria mais rentável do planeta, enquanto era deputado federal, coordenador de uma campanha presidencial e chefe de um governo de transição”, acrescentou. Aloysio Nunes comparou o descaso do PT nessa área com o empenho dos tucanos em São Paulo, governado pelo PSDB desde 95. Lá, o número de homicídios caiu de 39.7% para 10.2% para cada 100 mil de habitantes, no período de 98 a 2008. Para alcançar esse índice, pontuou Aloysio Nunes, os tucanos investiram maciçamente e compartilharam avanços tecnológicos para respaldam o desenvolvimento da polícia, dos exames de perícia e identificação de criminosos.

“Falta uma autoridade nacional capaz de unificar e generalizar essas boas práticas. A política de segurança do PT é absolutamente inexistente”, afirmou o senador. Ele chamou atenção para a reportagem veiculada neste domingo (29.05) no Fantástico, mostrando o crescimento vertiginoso do número de homicídios no Brasil nas cidades e estados que fazem fronteira com países vizinhos, nos municípios mais remotos e pequenos e até mesmo no entorno de Brasília, a capital federal. Em aparte, o líder Alvaro Dias (PR) salientou que por ser do Paraná vive as consequências da proximidade com a faixa de fronteira e tem a exata noção do que representa o contrabando de armas e drogas que se faz de forma muito confortável na fronteira entre o seu estado, a Argentina e especialmente o Paraguai, além da faixa de fronteira com o Mato Grosso do Sul.

“O Paraná tem sido o Estado onde há as maiores apreensões de droga exatamente em função da facilidade dessa passagem de um país para o outro sem o controle rigoroso que deve existir”, denunciou o líder. Alvaro Dias reafirmou que sem rigor na fronteiras, a criminalidade vai continuar crescendo avassaladoramente.

“A criminalidade que ocorre aqui começa lá, exatamente na faixa de fronteira, com todas essas facilidades. Os compromissos de campanha, pelo menos até este momento, não foram respeitados, porque nenhuma providência – eu estou dizendo: nenhuma providência – foi adotada pelo Governo Federal até este momento no que diz respeito a esses acontecimentos na faixa de fronteira”, situou. Aloysio Nunes fez questão de registrar que a escalada da violência deixou um saldo, nos últimos oito anos, de cinquenta mil pessoas assassinadas no Brasil. Na Guerra do Golfo, cerca de cem mil iraquianos morreram. O senador paulista se disse particularmente perplexo com a situação das cidades do entorno do Distrito Federal, retratadas pelo Fantástico: Águas Lindas, Luziânia, Valparaíso e Novo Gama. Em Luziânia, o índice é de 71 vítimas fatais para cada cem mil habitantes. Em Valparaíso, a mais violenta de todas, 76 vítimas para cada cem mil habitantes. Número de homicídios inferior apenas ao de Honduras, que, no ano passado, foi considerado o País mais violento do mundo. Aloysio Nunes também chamou atenção para a matéria do jornal O Estado de São Paulo, intitulada “Polígono da Violência”, numa referência a quatorze municípios do Pará, que superam 91 homicídios por cem mil habitantes.

“É a taxa mais alta do planeta. E é sintomático que esses números de violência exacerbada ocorram nas áreas de novas fronteiras econômicas, em que se misturam, num caldeirão efervescente, agricultores, pecuaristas, madeireiros, garimpeiros, carvoeiros, e revelam, acima de tudo, a ausência de uma política nacional de segurança pública, que leve em conta não apenas o crime organizado nas grandes cidades, nos centros urbanos, nas favelas, mas também as causas e consequências da violência nas pequenas cidades e nas regiões mais remotas do País”, enfatizou. Além da escalada da violência, o senador Aloysio Nunes também se pronunciou a respeito do Novo Código Florestal, que já está na ordem do dia do Senado, após ser aprovado na semana passada na Câmara dos Deputados, com ampla derrota do Palácio do Planalto.

Assessoria de Comunicação da Liderança do PSDB no Senado

Sérgio Guerra diz que PSDB pode adotar eleições primárias

O presidente reeleito do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE), afirmou, na primeira entrevista coletiva após a sua reeleição, que o PSDB pode adotar o sistema de eleições primárias para escolher o seu candidato ao Palácio do Planalto em 2014. Um dos maiores defensores da realização de primárias é o líder do PSDB no Senado, senador Alvaro Dias (PR).

“A forma de construir a indicação dos candidatos tem sido um problema para nós. Tem sido exclusiva e pouco democrática. Podemos até ter primárias. Isso tudo vai depender muito do Conselho Político”, enfatizou Sérgio Guerra, para em seguida complementar: “ A nós da executiva o que cabe é fazer. E para fazer tem que ter unidade”.

Alvaro Dias já apresentou no Senado um projeto de lei estimulando as primárias. A seu ver, as primárias asseguram maior participação democrática.

“A ausência da população na fase de escolha dos candidatos majoritários pelos partidos políticos é um dos equívocos essenciais do modelo político vigente no país, porque a militância é ignorada e convocada apenas para homologar as candidaturas impostas pelas cúpulas partidárias”, frisou o líder tucano. Sérgio Guerra reiterou ainda que o PSDB saiu mais unido da convenção ocorrida no sábado (28.05) e acrescentou que a decisão sobre as primárias caberá ao novo Conselho Político, junto com a Executiva. Segundo ele, o Conselho Político, que será presidido por José Serra, também definirá os rumos, alianças nacionais e estratégias do PSDB, além de decisões relativas a fusões ou incorporações.

Assessoria de Comunicação da Liderança do PSDB no Senado

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Fernando Henrique critica incompetência e incoerência do governo petista


Coragem, generosidade, construção e reconhecimento. Essas quatro qualidades se destacam na atuação do PSDB, avaliou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, durante a Convenção Nacional.Reconduzido a presidente de honra do partido, ele fez um discurso animador para tucanos de todo o país que vieram a Brasília.

“Farei 80 anos daqui a pouco, mas me sinto com a energia de um jovem quando é para lutar pelo Brasil.”

Em seu pronunciamento, não faltaram críticas à forma como o PT comanda o país. “Eu cansei de ouvir: nunca como antes… É verdade, nunca como antes houve tanta obra parada, obra que não se sabe se vai começar”, ironizou. O trem-bala é um exemplo de gasto que custará caro ao povo brasileiro, enquanto várias cidades continuam com o transporte precário. “Lutaremos contra o desperdício”, confirmou o tucano.

Durante o tempo em que o ex-presidente ficou no governo, o PT o bombardeava com críticas sobre as privatizações. Oito anos depois, o Planalto divulga que fará a concessão dos aeroportos para viabilizar as obras para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. “Agora, às vésperas do mundial, correndo, eles vão fazer aeroportos. Vão fazer um puxadinho aqui, outro ali, e isso vai custar milhões aos brasileiros”, disse.

O presidente de honra concluiu questionando a situação da saúde e da educação com o governo petista. “Cadê o Enem, que nós inventamos? Cadê o Provão? É fracasso para todo lado e muito papo furado”, afirmou. Para ele, é hora de o Congresso Nacional se fortalecer e voltar a ter vigor.
 

Ouça o discurso do FHC na Rádio PSDB.

domingo, 29 de maio de 2011

Guerra: Palocci deveria dizer o que fez e para quem fez

Em entrevista à Revista Época, o presidente do PSDB também fala sobre os rumos do partido

O deputado Severino Sérgio Estelita Guerra, conhecido como Sérgio Guerra, assume nesta semana seu segundo mandato como presidente do PSDB. A hora não é boa. O partido emagreceu, está dividido pelas disputas entre os grupos do senador Aécio Neves e do ex-governador José Serra e integra a menor oposição em mais de uma década. O desafio de Guerra diante dessas adversidades é levar o PSDB de volta ao poder em 2014. Para isso, afirma que o partido tem de se unir e apostar na classe média emergente. Nesta entrevista, Guerra cobra o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, e bate muito no governo e no PT. “Com os programas sociais, o PT é o sucessor dos coronéis nos grotões do Nordeste”, afirma.

ÉPOCA – O PSDB está menor, dividido e faz parte da menor oposição dos últimos anos. Qual é o principal desafio de seu segundo mandato como presidente?

Sérgio Guerra – Entre muitas grandes dificuldades do PSDB, eu gostaria de destacar dois conjuntos de problemas: o primeiro tem a ver com a oposição; o segundo tem a ver com o PSDB em particular. Vamos ao primeiro. O conjunto da oposição diminuiu no parlamento. Começamos um novo tempo e alguns desafios se impõem. Resgatar as instituições, devolver ao Congresso um papel relevante, chamar a atenção para o que se processa lá. Não é nossa meta ganhar votações, o que é muito improvável. Nosso desafio final é falar para fora.

ÉPOCA – Quais são as dificuldades no PSDB?

Guerra – Temos de atualizar o partido. Nesse sentido, a palavra de FernandoHenrique Cardoso é decisiva: não devemos focar nossa ação naqueles grupos sociais mais dependentes. Não é que devamos deixar de disputá-los. Mas nossa prioridade deve ser naqueles grupos que têm menos dependência econômica e social, (que) são capazes de assimilar novas ideias e de olhar mais para o futuro, porque já têm o seu presente estabilizado. Temos de procurar esse conjunto de forças emergentes, que se afirmam como consumidores, e como cidadãos precisam confirmar suas opções políticas. Outro desafio é ter uma linguagem nacional. Um terceiro componente da ação é investir na comunicação. Somos muito prejudicados na comunicação, não somos eficazes.

ÉPOCA – Como o PSDB pretende mudar sua imagem?

Guerra – Estamos pesquisando o Brasil todo, reconhecendo as demandas da sociedade. São pesquisas que vão nos dotar de instrumentos para que tenhamos no PSDB um núcleo de marketing, em busca de uma padronização de imagem. Um marketing de qualidade será (estruturado) nos próximos seis meses. Não é fácil, não é barato, mas é indispensável. Não podemos continuar a ter um comportamenteo errático do ponto de vista da comunicação.

ÉPOCA – Ao seguir a opção propalada por Fernando Henrique, o PSDB não pode ser tachado de partido elitista?

Guerra – Essa acusação de partido da elite, esse comentário dos petistas – “Nós somos o povo, vocês são a elite” – é uma fraude. O que o povo tem a ver com o que estão fazendo agora? Onde está o povo do Palocci? E o do Zé Dirceu? Se for esse o povo, na verdade é o povo que está comprometendo o país.

ÉPOCA – Como aproximar o PSDB do povo?

Guerra – O PSDB já se aproximou do povo, já distribuiu renda, já criou programas sociais, já desenvolveu iniciativas de distribuição de renda. O PSDB não comunicou essa imagem com a eficácia que os petistas o fizeram. Eles (os petistas) multiplicaram por dez o que fizeram; nós dividimos por dois ou três o que fizemos. Tem de dar prioridade à área social, mas os programas sociais não podem acabar com a superação da fome. Têm de evoluir para desenvolvimento da cidadania. Eu posso mostrar que isso não está se dando. Onde os programas sociais são intensos, o que tem crescido muitas vezes é o domínio político, como no passado os coronéis faziam. O PT é o sucessor dos coronéis nos grotões do Nordeste.
ÉPOCA – O que falta ao PSDB hoje?

Guerra – Unidade. Nosso grande problema é de unidade. As personalidades têm de ser menores que o partido. O partido tem de ser maior que as personalidades, por melhores, mais legítimas, brilhantes e consistentes que elas sejam.

ÉPOCA – Como o senhor vai enquadrar Aécio Neves e José Serra na premissa de que as personalidades têm de se submeter ao partido?

Guerra – Não é correto imaginar que o nosso confronto diário seja entre Aécio Neves e José Serra. Eles são grandes, mas o partido é maior que os dois. Nenhum partido tem as opções que nós temos para uma eleição presidencial. O Lula teve de procurar a Dilma para ter um candidato. A Dilma foi uma improvisação. Ela está precisando do back up do Lula para governar. O Lula, por sua vez, tem de resolver se o negócio dele é o governo ou atividade privada. Ou ele é governo – e fica por aí, em torno do governo – ou ele é o cara da área privada, faz palestras, presta esclarecimentos por aí. O importante é que não confunda as coisas. Não vamos inventar outra consultoria – para o Lula.

ÉPOCA – O senhor é empresário?

Guerra – Sou pecuarista.

ÉPOCA – Já prestou consultoria?

Guerra – Não, mas não condeno ninguém por fazê-lo. Mas uma coisa é prestar consultoria no sentido de dar orientação. Outra coisa é usar influência no governo a favor de interesses que não são o interesse público, sendo o ator dessa operação um homem público. Eu sinto muito que o ministro Palocci não tenha esclarecido isso de maneira precisa e clara no primeiro momento. Ele deveria dizer o que fez, para quem fez, por quanto fez e qual era a natureza do serviço. Os homens limpos agem assim. O pior comentário do ministro foi aquele “eu fiz, mas quem não faz?”. É imperdoável que uma pessoa do tamanho dele faça um comentário desses. Isso serve para gente que não tem qualificação.

ÉPOCA – O senhor falou no início da entrevista em devolver ao Congresso um papel relevante. Por que o Congresso tem sido tratado como irrelevante?

Guerra – Por causa das Medidas Provisórias, por conta da grande maioria fisiológica que apoia o governo. Há uma maioria aí que se alimenta do sangue que passa pelas veias do setor público. Essa maioria de lealdade duvidosa apoia o governo – que passa por cima do Congresso. Há dois dias, o líder do governo (deputado Cândido Vaccarezza, do PT) repreendeu (durante a votação do Código Florestal) seus companheiros, dizendo “a presidente Dilma está muito irritada com a atitude de vocês”. Imagina se isso pode ser dito num parlamento.
ÉPOCA – O PSDB e o DEM perderam quadros para o PSD, do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. O PSD será grande?

Guerra – Primeiro o que eu acho do Kassab: um político muito esperto, nada de pessoal contra ele. Segundo: as habilidades do Kassab não são suficientes para fundar um partido.

ÉPOCA – Pode haver a fusão PSDB, DEM, PPS?

Guerra – É uma hipótese que pode se desenvolver no futuro, não agora. Vamos esperar o desempenho dos partidos nas eleições municipais. Há muita coisa ainda a amadurecer.

ENTREVISTA –
SÉRGIO GUERRA

QUEM É
Deputado federal e presidente do PSDB. É pernambucano e pai de quatro filhos. Tem 63 anos

O QUE FEZ
Economista, foi senador (2003-2011)

O QUE FAZ
É criador de cavalos de raça e colecionador de arte pernambucana



sábado, 28 de maio de 2011

Convenção Nacional reforça clima de unidade do PSDB

Lideranças da oposição se unem para cobrar mudanças no governo petista

Em clima de unidade e aclamação, a Convenção Nacional do PSDB definiu os nomes da executiva nacional do partido para os próximos dois anos. Filiados da legenda, governadores, senadores, deputados federais e representantes históricos, como o presidente de honra Fernando Henrique Cardoso, se reuniram em Brasília para aprovar a nova estrutura partidária focada em cinco ações principais: avanços nas eleições municipais, recrutamento de novos integrantes, democratização do partido, estreitamento das relações com a sociedade e reestruturação da comunicação.

Criticando a ausência do atual governo no combate à inflação e na implantação de políticas para o fortalecimento da indústria e da infraestrutura nacional, os líderes da oposição cobraram mudanças no governo da presidente Dilma Rousseff e ajustes no partido. “O PSDB precisa ser um partido com coragem, generosidade, da construção e do reconhecimento”, disse Fernando Henrique Cardoso.

Ao contrário das avaliações sobre a divisão do partido, o presidente reconduzido à Executiva Nacional, Sérgio Guerra, também fez questão de valorizar a história do PSDB os novos rumos políticos da oposição. “Não queremos ter apenas diretórios em todo lugar, queremos ter o PSDB com sua forma e conteúdo, uma imagem central que se espalhe Brasil afora”, disse Guerra.

As lideranças de São Paulo e Minas Gerais também fizeram questão de reforçar a unidade partidária. “As diferenças em qualquer partido são normais, mas elas não podem falar mais alto. A nossa união enfraquece nosso adversário”, afirmou o conselheiro político do partido e ex-governador de São Paulo, José Serra. O senador Aécio Neves, conselheiro do PSDB no Congresso Nacional, também enfatizou o início de uma “nova caminhada” de olho no futuro. “Este é um partido sem dono. O dono do PSDB é o partido brasileiro”, afirmou.(Agência Tucana)

10ª Convenção Nacional do PSDB.Confira algumas imagens

10ª Convenção Nacional do PSDB.Confira algumas imagens

10ª Convenção Nacional do PSDB.Confira algumas imagens

10ª Convenção Nacional do PSDB.Confira algumas imagens

10ª Convenção Nacional do PSDB.Confira algumas imagens

10ª Convenção Nacional do PSDB.Confira algumas imagens

A Convenção Nacional do PSDB pode ser assistida ao vivo!Acompanhe!

www.psdb.org.br

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Tucanos sonham com união

O diretório regional do PSDB no DF está em contagem regressiva para a convenção nacional do partido, que ocorre amanhã, em Brasília. Em âmbito nacional, o senador Aécio Neves (MG) e o ex-governador José Serra (SP) disputam o comando da sigla. Para o presidente regional da sigla, Márcio Machado, independente de quem saia vitorioso, os rumos do partido no DF estão definidos. “Eles vão chegar a um entendimento até sábado e o partido sairá unido para 2014”, apostou o líder regional.

A situação política do PSDB no DF está fragilizada, assim como no cenário nacional. Com a eleição de apenas um deputado distrital, o partido, que antes ocupava grande parte dos holofotes locais, hoje está na berlinda. Segundo Machado, o PSDB-DF buscará alianças com outras siglas oposicionistas para criar uma coligação capaz de disputar o Palácio do Buriti nas próximas eleições. “Nas últimas eleições, nós erramos na nossa coligação. Poderíamos ter eleito quatro distritais. Se tivéssemos acertado na coligação, hoje, poderíamos ter uma oposição consistente”, ponderou Machado.

“Também iremos dar todo o suporte para que nosso deputado distrital (Washington Mesquita) possa fazer oposição. Está na hora de cobrar”, disse o presidente. “Quem votou em nós espera que nos tornemos uma oposição responsável e que fiscalize o governo” Para o próximo ano, o PSDB irá focar esforços para eleger o maior número de prefeitos nos municípios da Região Metropolitana. Na logística política, a sigla considera que a população dos municípios goianos tem forte participação nas eleições no DF e, tendo um bom número de prefeitos, é possível captar estes votos.

Pelos bastidores, comenta-se que Serra poderá iniciar um movimento de abandono do partido caso perca a queda de braço com Aécio. O ex-governador poderia buscar porto seguro no PSD de Gilberto Kassab. “Mas não creio nessa possibilidade. Serra é um membro histórico da partido”, rebateu Machado.

Em busca de novos nomes
A renovação do PSDB no DF não passa apenas pela adoção de estratégias para a conquista de postos eletivos. O partido também sofre carência de nomes de peso para a disputa eleitoral. Após a definição do comando nacional, a sigla deve iniciar uma busca de novos nomes para o front eleitoral. “Dentro do nosso planejamento estratégico para 2014, nós também estamos buscando trazer novas figuras. Ainda que se pese que temos pessoas brilhantes, como Maria de Lourdes Abadia, mas estamos analisando o cenário político do DF para encontrarmos novas figuras”, contou Márcio Machado.
Nomes fortes não são importantes somente para a disputa nas urnas, mas também são fundamentais para a manutenção da integração e coesão da sigla. No Ceará, por exemplo, o PSDB está em franca derrocada com a perda de poder do cacique tucano Tasso Jereissati. Segundo o cientista político David Fleischer, o partido errou ao não trabalhar a construção de novos nomes enquanto ocupava um grande espaço na cena política do DF em governos anteriores. Para o especialista, a sigla se acomodou com a participação na gestão da máquina pública.

“Os tucanos se atrelaram demais ao (ex-governador Joaquim) Roriz e ao (ex-governador José Roberto) Arruda.

Esse foi grande erro do partido que acabou tendo sua imagem manchada. Quando foi fundado em 1988, o partido tinha a bandeira da ficha limpa e do parlamentarismo. Hoje, eles nem mais falam disso”, disse.

POUCAS CHANCES
Aos olhos de Fleischer, a situação da legenda é complicada no DF. “Nacionalmente, partidos de oposição estão perdendo filiados. Em outros estados, tucanos e membros do DEM estão indo para partidos como o PSD. De zero a dez, eu vejo que as chances do PSDB voltar a ser o que era são apenas de três”. Para o cientista político, o partido “está um pouco perdido, aguardando para ver aonde vai”.

Com relação à disputa de amanhã, algumas alas do partido apostam em Aécio Neves. Para os filiados, Serra ainda tem um peso político considerável e respeitável representado pelos 44 milhões de votos que obteve nas últimas eleições. Mas, para eles, o partido precisa renovar-se para a disputa pela retomada da gestão máquina pública em todos os níveis.(Jornal de Brasília)

BASE ALIADA OU ALUGADA ?

Depois de cinco meses do novo governo, Brasília piorou

Pessoas morrem nas portas dos hospitais, das casas, nas águas do lago.  Escolas oferecem comida estragada, o metrô está superlotado e a passagem vai aumentar.

Como se não bastasse, os já péssimos serviços públicos não são prestados, porque as categorias fazem greve ou ameaçam fazê-la.
Esse é o retrato de um governo incompetente, sem autoridade e indiferente às necessidades da população.

Enquanto isso, o governador (será ?) vai para a Argentina (sabe-se lá fazer o que), e depois à Europa, a pretexto de observar estádios de futebol.

Muitas explicações poderiam ser apresentadas para explicar esse quadro caótico da nossa cidade, mas não caberiam neste artigo. Por isso, me limito a falar sobre uma, que na época já se desenhava, mas que foi pouco considerada no momento eleitoral.
Refiro-me ao “frankstein”,  à época da eleição, apelidada de aliança PT/PMDB. Não era uma aliança construída de modo programático e muito menos ideológica, mas uma “cruzada” para ganhar a eleição a qualquer custo.  É o que se pode chamar de base alugada, em vez de aliada.

Juntaram-se aqueles que gostam de negócios e usam a política, e aqueles que gostam de política, mas usam negócios.
Ganharam a eleição. O resultado já é conhecido: diariamente os jornais (externos, pois os de Brasília encontram-se - alguns voluntariamente - amordaçados pela atração fatal que irradia das verbas publicitárias) noticiam que o governo não se entende com a Câmara, e essa não funciona, porque deputados exigem cargos e “espaços” (eufemismo para fazer o que quiser dos órgãos públicos).

E porque isso ocorre? Simplesmente porque não existe identidade ideológica nem programática entre o governo e a chamada base e, consequentemente, não existe programa de governo a ser implantado.
Em outras palavras: acontece porque quem ganhou a eleição não foi um partido político que deseja implantar seu ideário, mas um grupo de pessoas, a maioria delas, bastante conhecidas como políticos profissionais, na pior acepção da palavra. Essas pessoas tinham como único objetivo assumir o poder a qualquer custo, para satisfação de seus inconfessáveis interesses.

Por isso, quem é da base, não é por afinidade ideológica ou programática (até porque isso nunca foi cogitado por ocasião da “costura” eleitoral), mas por interesses menores e alguns “não republicanos”, o que justifica plenamente o título desse artigo.

E enquanto isso, o GDF serve suco de laranja. Até quando isso vai durar? A resposta depende de cada um de nós e dos ventos que já sopraram no Egito e no Oriente Médio.
Brasília, 25 de maio de 2011.

*Raimundo Ribeiro é advogado, professor universitário e vice-presidente do PSDB/DF.

Presidente teleguiada

Diante das revelações sobre Palocci, Dilma Rousseff portou-se como boneco de ventríloquo

Onze dias depois de revelado o espetáculo do crescimento do patrimônio do ministro Antonio Palocci, Dilma Rousseff saiu do armário ontem para defendê-lo. Não foi, convenhamos, uma defesa das mais enfáticas; as atitudes e os argumentos usados foram canhestros. A presidente da República portou-se como boneco do ventríloquo Lula.

Dilma só fez reproduzir os mesmíssimos argumentos que o ex-presidente pôs para circular no mundo político nos últimos dias. Seguindo a velha tática diversionista do PT, culpou a oposição pela revelação de que seu ministro da Casa Civil ficou milionário quando era deputado. Acusou os oposicionistas de “politizarem” o caso. Nada que corresponda à realidade.

A presidente da República usou ontem mesmíssimas frases empregadas por seu chefe de gabinete dois dias antes. Tanto quanto seu subordinado, ela agiu a mando de Lula, chancelando a leitura corrente de seu apequenamento precoce no cargo mais importante da República.

Disse ela ontem, segundo O Globo: “Agora se negam a discutir o vazamento dos sigilos e só querem discutir o conteúdo dos sigilos”. Dissera Gilberto Carvalho na terça-feira: “Em 2010 houve a quebra de sigilo dos dados de familiares de [José] Serra e o foco do noticiário foi a quebra de sigilo em si, e não o conteúdo. Agora é tudo para o conteúdo e nada para a quebra de sigilo”.

Será que Dilma não tem um pingo de luz própria? Será que, a cada crise, precisará chamar o síndico para dar bronca nos vizinhos do condomínio de poder? Recusará a dar transparência à administração, usando as mesmas manobras que notabilizam seu partido?

Em sua primeira manifestação após a divulgação de que o patrimônio de Palocci multiplicou-se – na melhor das hipóteses – por 20 em quatro anos, a presidente sequer se comprometeu com a integridade do seu principal ministro. Ela afirmou apenas assegurar que ele “está dando todas as explicações necessárias”. A quem?

Até agora, a única coisa que Palocci fez foi divulgar uma nota na qual dizia que fez o mesmo que outros fizeram – sem considerar que a condição dos outros não era a de todo-poderoso junto ao governo de plantão. Ontem, na “defesa” que apresentou aos senadores, também confirmou que, sim, foi muito bem pago para dar conselhos a ricaços quando era deputado.

A presidente acusou a oposição de estar buscando um “terceiro turno”, politizando o caso. Nada mais falso. O que a oposição fez até agora foi tentar investigar – coisa que o governo fez de tudo para impedir. “Cada requerimento negado, cada CPI sepultada é um tijolo a mais no edifício da suspeita”, escreve Fernando Gabeira no Estadão.

Ressalte-se que as revelações sobre o show dos milhões de Palocci foram feitas pela imprensa e nunca foram negadas por ele. “As duas revelações fundamentais do novo caso Palocci – a compra multimilionária de imóveis e a colheita gênero megassena logo em seguida à eleição de Dilma – foram publicadas pela Folha e elaboradas como notícias objetivas. Sem qualquer extrapolação excedente aos fatos”, comentara Janio de Freitas ontem na Folha de S.Paulo.

Na realidade, para tentar se defender o governo começou a praticar nesta semana um expediente típico de quem está metido em enrascada, o chamado “spin”. É uma forma de torcer a informação de forma a torná-la conveniente a seus interesses. Como estava encurralado, sob fogo de seus próprios “amigos”, o governo passou, dia após dia, a tentar desviar o foco para a oposição.

“Numa conjuntura em que a oposição não tem número sequer para aprovar um requerimento, a iniciativa [de culpar a oposição], além de desprovida de foco, é um acinte à inteligência dos aliados governistas”, comenta Maria Cristina Fernandes no Valor Econômico.

As suspeitas quanto à atipicidade das atividades de Palocci estão longe de ser vãs, como fica mais uma vez claro hoje com a notícia, publicada pela Folha, de que o Ministério Público Federal abriu investigação para investigar se o ministro enriqueceu ilicitamente. “O foco da ação é apurar se a evolução patrimonial do ministro é compatível com os ganhos de sua empresa. Caso contrário, Palocci pode responder por improbidade administrativa”.

Ele terá 15 dias para enviar cópia da declaração do imposto de renda da sua empresa de consultoria aos promotores. A Projeto terá que informar a relação de seus clientes e serviços prestados, com cópia de pareceres e registros de reuniões. Numa outra frente, apura-se a prática de tráfico de influência, o que ensejaria investigação na área criminal.

Como se vê, o caso cresce – e não é por culpa da oposição, mas dos fatos. Dilma Rousseff demorou a dirigir-se à nação num episódio da mais extrema gravidade. Quando o fez, dedicou-se muito mais a confundir do que a explicar. Fez, ela sim, politicagem. Lançou acusações vazias, portou-se como se estivesse em cima de um palanque. Fez tudo como mandou o chefe e reforçou a percepção de que sua vocação é ser sempre teleguiada.

Carta de Formulação e Mobilização Política – Sexta-feira, 27 de maio de 2011i – Nº 244.
Este e outros textos analíticos sobre a conjuntura política e econômica estão disponíveis na página do Instituto Teotônio Vilela.

PSDB: blindagem de Lula a ministro da Casa Civil expõe fragilidade de Dilma

Deputados questionam silêncio de onze dias da presidente

Os deputados do PSDB afirmaram nesta quinat-feira que o comando do ex-presidente Lula na operação de blindagem do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, demonstra fragilidade política do governo Dilma. Segundo César Colnago (ES), somente hoje, onze dias após a primeira denúncia contra seu braço direito, a presidente fez uma manifestação pública sobre o caso. Diante do silêncio da petista, foi preciso que Lula tomasse as rédeas da situação.

Nos últimos dias, Lula se revezou entre reuniões com ministros e senadores e encontros com Palocci para montar uma estratégia de blindagem. Para os vice-líderes do partido, a empreitada do ex-presidente expôs a fraqueza de Dilma no primeiro grande desafio político.

Intervenção de ex-presidente no Planalto retrata governo sem comando

“Ele nunca saiu do comando, pois esse é como se fosse o seu terceiro mandato”, afirmou Colnago. O parlamentar acredita que o comando do Planalto caiu em descrédito inclusive entre aliados, ansiosos por explicações do ministro sobre a multiplicação do patrimônio. “Ele é um homem público e tem que prestar esclarecimento, agir com transparência e dar toda informação necessária à sociedade. Se ele não se explica é porque há algo de errado”, explicou.

O parlamentar Domingos Sávio (MG) também avalia a situação como “vergonhosa” para o Brasil. “Se o ministro recebeu essa fortuna toda de maneira transparente e honesta, não tem motivo para se blindar e buscar apoio em Lula para fazer pressão nas pessoas”, disse, ao mencionar a tentativa do ex-presidente de convencer senadores aliados do governo a não assinarem o pedido de abertura de CPI.
De acordo com o tucano, Lula e Dilma precisam fazer tal articulação para se proteger, já que, em caso de serem confirmadas as suspeitas contra o ministro, ambos também teriam responsabilidade. Lula era o presidente do país na época em que teriam ocorrido as fraudes e Dilma teria sido beneficiada com dinheiro para a campanha.

Fonte: Agência Tucana com Diário Tucano

terça-feira, 24 de maio de 2011

Convite PSDB Mulher!



Entrega da Medalha Ruth Cardoso no dia 27 de maio (sexta-feira) às 19h30 no Centro de Convenções Brasil 21 ( Brasília).Venha prestigiar o nosso evento!

Mais informações(61) 3340-4145 e 3424-0500.

Amigos de Palocci chefiam a Finep

O termo “Abaixo a Ditadura” apareceu na segunda metade dos anos 1970, com o movimento estudantil conhecido como Libelu. Alguns dos componentes se destacaram politicamente e fazem parte do atual governo Dilma Rousseff, entre eles o ministro Antônio Palocci e o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos – Finep, Glauco Arbix.

A Finep, empresa ligada ao Ministério de Ciência de Tecnologia, e estabelecida no Rio de Janeiro, fomenta empresas públicas e privadas, universidades e institutos tecnológicos em seis áreas estratégicas – tecnologia da informação e comunicação, biotecnologia, saúde, programas estratégicos, energia e desenvolvimento social. Em muitos dos casos, o financiamento é a fundo perdido, ou seja, o dinheiro investido não precisa ser devolvido pelas empresas contempladas.

Basta olhar o organograma da autarquia para verificar a proximidade dos diretores com o chefe da Casa Civil. Além de Arbix, o chefe de gabinete da presidência é Celso dos Santos Fonseca, que até o final de 2010 foi o administrador da Projeto Administração de Imóveis Ltda, polêmica empresa do ministro Palocci.

Um terceiro nome, ligado diretamente ao episódio da primeira crise política do novo governo, também se juntou à Finep. Logo após a publicação pela Folha de S.Paulo, do aumento patrimonial de Palocci, um documento foi publicado na tentativa de explicar o caso. A mensagem foi enviada pelo então Subchefe de Assuntos Parlamentares da Secretaria de Relações Institucionais, Luiz Azevedo. Considerado um erro estratégico no momento de gerenciamento de crise, o conteúdo da nota enviada para todas as assessorias da Esplanada provocou a demissão de Azevedo.

A desculpa para a saída acabou sendo o “convite irrecusável” de assumir o cargo de superintendente da Finep em Brasília, cargo que não consta no organograma. Segundo notícias veiculadas na semana passada, ele deverá ser o chefe do escritório do órgão na capital federal, com quatro funcionários operacionais.

Contratos da Finep

A missão da Financiadora de Estudos e Projetos mostra a semelhança da autarquia com o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES): “Promover o desenvolvimento econômico e social do Brasil por meio do fomento público”.

Somente neste ano já foram assinados 157 projetos das mais variadas áreas, de produções cinematográficas à “desenvolvimento de protótipo de produção de fármacos nanoencapsulados em escala contínua baseado em dispositivos microfluídicos”. São Paulo foi o estado com maior número de financiamentos já contratados.

Entre eles, dois chamam atenção. Já está separado mais de R$ 1,5 milhão para a Associação de Ensino de Ribeirão Preto – UNAERP, ampliar e modernizar a infraestrutura de pesquisa do doutorado em biotecnologia e odontologia. Detalhe: o valor é “não reembolsável”, ou seja, os recursos não precisam ser devolvidos.

Outra empresa de Ribeirão Preto, onde Palocci já foi prefeito, que receberá financiamento é a Santal Equipamentos SA Comércio e Indústria. No caso são “reembolsáveis”, devem ser pagos de volta à Finep. Serão emprestados R$ 7.485.130,65 para “colhedora e plantadora de cana de açúcar 2012”, conforme consta no contrato.

Um reencontro

Dois dos amigos de Palocci se reencontraram na Finep. O presidente Glauco Arbix ocupou o mesmo cargo no Instituto de Pequisa Econômica Aplicada (Ipea), de 2003 a 2006. Durante esse período, Celso dos Santos Fonseca foi Diretor de Administração e Finanças daquele órgão.(com informações do site Contas Abertas)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

PSDB faz Convenção Nacional neste sábado em Brasília

Evento será realizado no Brasil 21 e vai eleger nova diretoria do Partido

Para eleger os novos nomes da Executiva Nacional, o PSDB realiza no próximo sábado, em Brasília, a Convenção Nacional da legenda.

A 10ª edição do encontro, que ocorre a cada dois anos, reunirá governadores, deputados federais e estaduais, senadores e representantes históricos da legenda, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Filiados e outros grupos ligados ao partido também participarão na eleição da nova diretoria tucana.
Os debates para a escolha do diretório nacional estão previstos para começar às 9 horas, no Centro de Convenções Brasil 21, ao lado da Torre de TV. Na véspera da Convenção Nacional, o secretariado da Juventude do PSDB e do PSDB Mulher também se reunirão para definir os nomes das novas lideranças para as respectivas secretarias.

domingo, 22 de maio de 2011

Agnelo perde ação contra jornal

O PT sempre foi um exímio operador da área de comunicação, mas só enquanto partido político. No governo, os petistas adotam a tática do silêncio ou do “não sei de nada”. Basta lembrar a atitude do ex-presidente Lula no caso do mensalão, em 2005, e da presidente Dilma Rousseff no episódio de Erenice Guerra, no ano passado. Quando acossados, eles partem para confronto, desqualificam os veículos, os repórteres e as fontes ou entram na Justiça.

Essa foi a estratégia do governador Agnelo Queiroz, que questionou judicialmente o jornal “DF Notícias” por matéria veiculada na época da campanha eleitoral. Mas nessa pendenga ele saiu derrotado. A juíza da 6ª Vara Cível de Brasília julgou improcedente a ação do governador do DF que pedia indenização por danos morais. Cabe recurso da decisão.

A reportagem em questão era sobre agressões e suposta ameaça de morte a uma testemunha que teria denunciado desvio de dinheiro público do Ministério dos Esportes. As informações fazem parte de inquérito policial que tramita na 3ª Vara Criminal de Brasília. Além de julgar improcedente o pedido, a juíza condenou Agnelo a pagar as despesas processuais e os honorários advocatícios, fixados em R$ 1 mil. Agora, o governador está sendo denunciado pelo Ministério Público Federal por improbidade. Ele é acusado de causar R$ 10 milhões em prejuízos aos cofres públicos na locação de imóveis na Vila Pan-Americana, no Rio. Ele autorizou o pagamento de R$ 25 milhões pela locação de 1.490 apartamentos cujos aluguéis valiam R$15,4 milhões.

Adeptos da teoria da conspiração, os petistas vão dizer que estão sendo perseguidos pela Justiça, mas nada de explicar.


Fonte: Jornal Opção

sábado, 21 de maio de 2011

O laranja de Romero Jucá

Um lobista conta a ÉPOCA que buscava dinheiro vivo com doleiros para negócios suspeitos, que era usado para ocultar o nome de Jucá em empresas e que uma empreiteira deu um imóvel ao senador
DIEGO ESCOSTEGUY E MURILO RAMOS. COM MARCELO ROCHA






















TRIANGULAÇÃO
Acima, o contrato de gaveta em que o lobista Geraldo Magela, ligado ao senador Romero Jucá (abaixo, foto maior), passa o apartamento em Brasília (abaixo, à esq.) para Álvaro, irmão de Romero Jucá. O imóvel foi construído por José Celso Gontijo (abaixo, foto menor), amigo do senador e beneficiário de verbas sob a influência de Jucá


Romero Jucá é um profissional. Em 30 anos consagrados integralmente ao serviço público, Jucá percorreu uma trajetória invejável. Nos anos 70, era um mero assessor na prefeitura do Recife, em Pernambuco. Nos anos 80, tornou-se presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai) e, em seguida, governador de Roraima, nomeado pelo então presidente da República, José Sarney, com quem muito aprendeu. Nos anos 90, virou secretário nacional de Habitação do governo Fernando Collor de Mello e se elegeu senador por Roraima. A partir dos anos 2000, dedicou-se a liderar os trabalhos do governo no Senado. Primeiro pelo PSDB, depois pelo PMDB. Destacou-se tanto na lida que foi líder no governo Fernando Henrique Cardoso, permaneceu líder nos dois governos do petista Luiz Inácio Lula da Silva e mantém-se líder no governo Dilma Rousseff. A identificação entre cargo e político é tamanha que, em Brasília, subentende-se que, havendo governo, Jucá será fatalmente seu líder no Senado.

Romero Jucá é um profissional. Em 30 anos consagrados integralmente ao serviço público, as finanças de Jucá percorreram uma trajetória invejável. De garoto que cresceu à míngua no Recife, Jucá tornou-se um político rico. Amealhou, apenas em valores declarados à Justiça Eleitoral, R$ 4,4 milhões em patrimônio – tudo registrado em nome de familiares, sem computar as empresas que florescem em nome de seus parentes. Enquanto o patrimônio de Jucá e o de sua família cresciam às franjas do poder público, crescia também o número de processos contra ele. Jucá já foi acusado – e com abundantes provas – de quase tudo. No governo Sarney, à frente da Funai, foi acusado de cobrar propina para permitir exploração ilegal de madeira em terras indígenas. No governo Collor, foi acusado de desviar à sua fundação dinheiro federal destinado a “ações sociais”. Nos governos FHC e Lula, já como senador, foi acusado de comprar votos, de dar calote em bancos públicos, de receber propina de empreiteiras, de empregar parentes, de fazer caixa dois...

Com tantas acusações, Jucá começa a competir em feitos que atingem os cofres públicos com nomes bem mais conhecidos no plantel nacional de réus por corrupção, gente como Joaquim Roriz e Paulo Maluf. Nas últimas semanas, na tentativa de iluminar as ações profissionais de Jucá, ÉPOCA entrevistou lobistas, doleiros, ex-funcionários, empresários e laranjas ligados ao senador. A reportagem obteve documentos e depoimentos inéditos sobre as negociatas de Jucá – entre eles contratos de gaveta, procurações para laranjas e acordos comerciais. Um dos principais lobistas associados a Jucá, Geraldo Magela Fernandes, aceitou contar, em entrevista gravada, o que fez e presenciou em 30 anos de relação com Jucá.

Dessa investigação, emergem fortíssimas evidências de que:
Jucá ganhou um apartamento em Brasília da Via Engenharia, empreiteira então presidida pelo empresário José Celso Gontijo, amigo dele há 20 anos e, como ele, presença constante no noticiário. Quando os dois fecharam a operação, em dezembro de 2001, a Via Engenharia prosperava no setor de obras públicas, precisamente em áreas sob a influência de Jucá. Para tornar possível a transação com a Via Engenharia, bastaram a Jucá um laranja e um contrato de gaveta, a que ÉPOCA teve acesso. Três anos depois, enquanto a empreiteira ainda construía o apartamento, a família Jucá, sem ter desembolsado um centavo, repassou a propriedade do imóvel à própria Via. Ao final, a heterodoxa operação rendeu à família Jucá meio milhão de reais.

Jucá paga tudo em espécie – um indício de que a origem de seus rendimentos pode ser duvidosa. “O Jucá só mexe com dinheiro vivo”, diz Magela. Para cobrir os gastos com uma TV de sua propriedade, Jucá pagava a Magela uma mesada que variava entre R$ 30 mil e R$ 60 mil. Eram constantes também, segundo Magela, os pagamentos avulsos, acima de R$ 100 mil, para cobrir despesas extras dessa TV, como reformas de estúdio e compras de equipamentos. Magela conta que Jucá fazia os pagamentos em seu gabinete no Senado ou em sua fazenda no município de Boa Vista, em Roraima. “Ele tirava o dinheiro da gaveta e me entregava”, diz. Em sua campanha ao Senado em 2002, Jucá gastou, de acordo com o relato, cerca de R$ 15 milhões em dinheiro vivo, quase tudo caixa dois. “Eu era o responsável pela contabilidade da campanha e declarei só 1% das despesas”, diz Magela.

Para movimentar tanto dinheiro, Jucá recorria a serviços de doleiros conhecidos. Além do principal doleiro de Roraima, conhecido como Pedro Reis, que chegou a ser sócio de seus filhos e seu suplente no Senado, Jucá era, segundo Magela, cliente especial do lendário doleiro paulista Antônio Pires de Almeida, preso em 2005 pela Polícia Federal, acusado de movimentar ilegalmente US$ 1,8 bilhão em contas secretas nos Estados Unidos. Magela conta que Jucá o tratava respeitosamente por Seu Pires e, às vezes ao lado do irmão e empresário Álvaro, visitava o escritório do doleiro em São Paulo. “Romero me apresentou pessoalmente ao Seu Pires e me autorizou a apanhar dinheiro no escritório dele”, diz Magela. “Busquei dinheiro lá ao menos 12 vezes.” Os recursos eram, segundo ele, repassados a Jucá ou gastos em campanhas políticas. Quando era ministro da Previdência, no primeiro mandato do presidente Lula, Jucá também manteve conversas misteriosas com o doleiro Lúcio Funaro, envolvido no escândalo do mensalão. Segundo contou a amigos, Funaro fez negócios no mercado de empréstimo consignado do INSS, cujo presidente era indicado por Jucá. 

Os negócios da família Jucá crescem na mesma medida que a influência política do senador. Cada ano à frente da liderança do governo no Senado significa a abertura de mais uma ou duas empresas ligadas a Jucá, em nome de laranjas ou familiares. Hoje, a família de Jucá detém participação em ao menos dez empresas, cujas atividades vão desde venda de combustível até administração de shopping centers (leia o quadro). Algumas delas, como a Diagonal Urbana e a Alfândega Empreendimentos, faturam milhões de reais em contratos com o governo e em patrocínios liberados pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet.




CONFISSÃO
Em entrevista a ÉPOCA, Geraldo Magela (acima)admitiu ser laranja de Jucá e ter buscado dinheiro para ele com o doleiro Antônio Pires de Almeida
Magela, a principal testemunha contra Jucá, também é pernambucano e conheceu Jucá no final dos anos 70, quando ambos trabalhavam na prefeitura do Recife. No governo Sarney, Magela virou assessor de Jucá na Funai. Quando Jucá se elegeu ao Senado, em 1994, Magela fazia lobby para empresas da indústria farmacêutica e passou a frequentar o gabinete do amigo. Anos depois, em 1999, Jucá pediu a Magela que criasse uma empresa para administrar a TV Caburaí, retransmissora da Rede Bandeirantes em Roraima. A concessão da TV estava em nome de uma fundação, cujo presidente era contador de Jucá. “Criei a empresa e fizemos um contrato de boca, um acordo de cavalheiros”, diz Magela. “O nome do Romero não podia aparecer, por isso entrei como laranja. Eu administraria a TV, que estava em dificuldades financeiras, e ficaria com 20% a 30% do lucro. A ideia era usar o canal para fazer propaganda política para a campanha de Teresa Jucá (então mulher do senador) à prefeitura de Boa Vista.”

O problema, diz Magela, era que a TV dava prejuízo. “O dinheiro que vinha em publicidade do governo federal, do Estado de Roraima e da prefeitura de Boa Vista não cobria todas as despesas”, afirma. “Por isso, Romero tinha de complementar todo mês (com os pagamentos em dinheiro vivo). A TV sempre foi apenas um instrumento político.” Em 2003, Jucá pediu a Magela que transferisse a TV ao estudante universitário Rodrigo Jucá, filho do senador. “Achei bom. Eu só tinha prejuízo lá”, diz Magela. Ele assinou uma procuração com esse fim e a repassou ao filho de Jucá. Um ano depois, verificou que Rodrigo Jucá não formalizara a transferência – e estava administrando a TV em seu nome, sem pagar impostos e débitos trabalhistas. “O Romero prometeu acertar isso, mas sempre enrolou”, diz Magela. Há dois anos, ele descobriu que devia cerca de R$ 3 milhões à Receita e ao INSS. “Reclamei com o Romero, eles refinanciaram a dívida no meu nome, mas duvido que vão pagar. Tenho certeza de que vai sobrar para mim”, afirma. Hoje, a TV continua funcionando normalmente – mas em nome de Rodrigo Jucá.

“O Romero só mexe com dinheiro vivo”, diz o 
lobista Geraldo Magela, laranja confesso do senador

No curso da Operação Navalha, na qual a Polícia Federal desbaratou um esquema de propina comandado pelo empreiteiro Zuleido Veras, dono da construtora Gautama, Magela chegou a ser preso, acusado de envolvimento nos desvios. A PF apreendeu planilhas da empreiteira em que o nome de Magela aparecia vinculado ao de Romero Jucá, ao lado de valores. “Eu tinha contrato com a Gautama, me relacionava com o Romero, mas nunca paguei nada”, diz Magela.

A sociedade oculta na TV não foi o único negócio fechado entre Jucá e Magela. Em 2001, o senador tornou-se dono oculto de um apartamento da Via Engenharia, presidida pelo empreiteiro José Celso Gontijo. Naquele ano, a Via recebera R$ 12 milhões do governo federal. “O Jucá pediu que eu fosse à sede da Via registrar o apartamento no meu nome”, afirma Magela. “Bote no seu nome e depois a gente vê como transfere para mim”, disse o senador, segundo o relato de Magela. Magela conta que foi então à empreiteira e assinou o contrato com seus dados. “Nunca paguei nada. Só fiz um favor para o Romero”, diz ele.



FAMÍLIA UNIDA
Rodrigo Jucá (no alto), filho de Romero Jucá, é, ao lado da atual mulher do senador, Rosilene Pereira (acima, à esq), dono de empresas como a R & J Empreendimentos, cuja sede fica num galpão abandonado em Boa Vista (acima, à dir)
Gontijo sempre frequentou o gabinete de Jucá. “Ele ficava atrás de verbas para as obras dele em Brasília”, diz Magela. Gontijo ficou famoso há pouco mais de um ano, após a exibição de um vídeo em que aparece entregando dinheiro a Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM. Nos anos seguintes ao negócio, uma das empresas de Gontijo ganhou contrato em Roraima – e passou a faturar muito no governo federal. Procurado, Gontijo admitiu a “amizade” com Jucá, disse frequentar o gabinete para tratar de “questões pessoais”, mas se recusou a dar maiores explicações a respeito das acusações de Magela.

Semanas depois de ter atendido Jucá, Magela conta que foi surpreendido com outra solicitação do senador. Dessa vez, para devolver o apartamento de três quartos que acabara de assumir e trocar por outro, maior e mais confortável, também oferecido pela Via. Em dezembro de 2001, Magela afirma ter fechado um contrato de promessa de compra e venda com a construtora. “Passei a papelada para o senador e depois assinei, no gabinete dele, uma procuração dando poderes para o Rodrigo Jucá ficar com o apartamento”, diz. Questionada sobre a forma de pagamento do imóvel, a Via não respondeu.

Três anos mais tarde, em julho de 2004, de acordo com documentos obtidos por ÉPOCA, o apartamento foi transferido de Magela a Álvaro Jucá. O curioso na história é que Rodrigo Jucá, filho do senador, aparece como procurador tanto de Magela quanto de seu tio, Álvaro. Rodrigo, na ocasião, tinha 23 anos. Em dezembro daquele ano, o negócio entre a família Jucá e a Via foi desfeito. Álvaro teve direito a receber R$ 550 mil para abrir mão do apartamento. “Acho que eram contratos de gaveta”, diz Marcello Paes, atual dono do imóvel. “Comprei o apartamento da Via em 2006. Sou o primeiro morador. Nunca ouvi dizer que esse apartamento tenha pertencido a alguém da família do senador Jucá.” A Via confirmou que a operação de R$ 550 mil foi “efetivamente realizada e liquidada”. Tradução: o dinheiro foi pago. Apesar dos contratos e da confirmação da empreiteira, Álvaro Jucá nega a existência da operação. “A vinculação de meu nome à compra de qualquer imóvel junto à Via Engenharia é uma inverdade absoluta”, diz Álvaro. Procurados pela reportagem, Romero Jucá e seu filho, Rodrigo, não responderam aos pedidos de esclarecimento sobre os negócios da família.

Encontrar o nome de Romero Jucá associado a empresas e imóveis é algo difícil. Mas sobram laranjas, como o motorista João Francisco de Moura, um dos sócios da Paraviana Comunicações, que administra duas rádios e uma TV da família Jucá em Roraima. Em e-mail encaminhado a ÉPOCA, João Francisco disse que se tornou sócio da empresa a pedido de Magela e não conhece seu outro sócio na Paraviana, Márcio Oliveira. Em tese, os dois pagaram R$ 2 milhões pela outorga de funcionamento dos veículos de comunicação. João Francisco é vendedor de equipamentos agrícolas no entorno do Distrito Federal. “Tenho medo do poder do senador. Nunca tratei nada com ele”, afirma. Claro que não. Romero Jucá é profissional.


  
Fonte: Revista Época



Menina de 11 anos morre após passar por três hospitais no DF

Menina de apenas 11 anos morreu nesta sexta-feira (20/5) após passar por três hospitais do DF. A jovem teve fortes dores de cabeça pela manhã e desmaiou na escola que frequentava, em Santa Maria. A direção chamou o pai da criança, que encaminhou-a em uma ambulância para o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM).

Na sala de emergência, o pai teria reclamado da demora no atendimento, mas não obteve resultado. Os dois partiram então para o Gama, onde tentaram internar a menina em dois hospitais particulares, sem sucesso. Quando se encaminhava para o quarto hospital, a jovem não resistiu. Segundo a família, a jovem já reclamava de dores de cabeça e falta de ar na quinta-feira (19). O caso foi registrado na 14ª Delegacia de Polícia (Gama) e será investigado. 

Por meio de sua assessoria, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que o nome da criança não consta no banco de dados do HRSM. Até as 12h, apenas 25 pacientes infantis estavam internados hospital, e a média varia entre 80 a 100 atendimentos por dia. Segundo o órgão, caso a jovem desse entrada no hospital, seria atendida rapidamente.

Fonte: Correio Braziliense

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Nota à imprensa - PSDB - DEM - PPS - PSOL‏


Brasília - 20 de maio - PSDB, DEM, PPS e PSOL iniciaram nesta sexta-feira a coleta de assinaturas para a instalação de uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito).

O foco da comissão é investigar o extraordinário crescimento patrimonial da empresa Projeto Consultoria Financeira e Econômica Ltda., da qual é sócio majoritário o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, a percepção de vantagens indevidas, como o patrocínio de interesses privados perante órgãos do governo federal, no período de 2006 a 2011, e a relação desses fatos com a campanha presidencial de 2010.

Esses partidos consideram que a CPMI é o recurso jurídico extremo que podem lançar mão para apurar um fato de relevante interesse público nacional.

Logo após a divulgação pela imprensa de que o patrimônio do ministro Palocci foi multiplicado por 20 nos últimos quatro anos, a oposição abriu várias frentes de ação para provocar os esclarecimentos necessários.

Na Câmara dos Deputados, para impedir a votação de requerimentos de convocação do ministro na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, o governo atuou para suspender o trabalho de todas as comissões técnicas.

Em plenário, a oposição apresentou dois requerimentos de convocação do ministro Palocci para prestar esclarecimentos, mas foram rejeitados. Assim, diante da blindagem promovida pelo governo em torno do ministro, esses partidos entendem que a CPMI é o mecanismo apropriado para que os fatos sejam esclarecidos e colocados ao conhecimento da sociedade.

Os partidos também irão apoiar desde já outras iniciativas legislativas que possam assegurar nítida fronteira entre o interesse público e os negócios privados, combatendo a prática patrimonialista ainda presente em nossa República.

Fonte: Assessoria de Imprensa

Convite

O PSDB convida todos os filiados,militância,diretórios ,executivas ,deputados, senadores,a imprensa,amigos e simpatizantes para a Convenção Nacional!


23/05 - Reunião da Executiva PSDB-DF para debater os próximos programas de Radio e TV.Sede do Partido às 11h.

26/05 - Reunião dos Membros do ITV para debater a estratégia e calendário de cursos e seminários para os próximos dois anos.Hotel Brasília Palace das 9h às 17h.

27/05 - Convenção Nacional do PSDB Jovem no Brasil 21 às 8h.

28/05 - Convenção Nacional do PSDB no Brasil 21 às 8h.

27/05  - Entrega da Medalha Ruth Cardoso no Brasil 21 às 19h30.

Venha!Participe!

Mais informações:3340-4145(PSDB-DF); 3424-0500(Executiva Nacional) ou 3345-1996/8104-6359(Coordenação de Comunicação)

Convite

                               O Instituto Virgílio Neto (IVN) em parceria com a Federação Habitacional do Sol Nascente e o SENAC têm a honra de convidá-lo(a) 
para a grande Ação Social a ser realizada no dia 21 de maio de 2011, sábado, de 9h às 16h, em nossa sede, Chácara 160 C Lote 01, atrás 
da Fundação Bradesco Ceilândia, telefone: 3585-9371.

                  Contamos com sua participação,


Virgílio Neto
Presidente do IVN

PSDB cobra de Mantega respostas sobre movimentações de Palocci


O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), espera que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, determine celeridade na resposta ao ofício protocolado pelo partido na última terça-feira (17).
No documento ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), vinculado à Fazenda, o parlamentar indaga se há registro de movimentações financeiras atípicas do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, e de sua empresa, a Projeto Administração de Imóveis. Segundo reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, o Coaf enviou relatório à Polícia Federal comunicando que a consultoria do petista teve uma operação suspeita em 2010.

“Esse é mais um fato que justifica a necessidade de esclarecimentos sobre as atividades da empresa e do ministro. Enquanto não houver respostas, haverá suspeitas. Temos a certeza de que o ministro Mantega será sensível ao nosso pedido de celeridade”, disse o líder.

Para o deputado Antonio Imbassahy (BA), o fato reforça a necessidade de esclarecimentos de Palocci sobre a origem do dinheiro usado na compra dos imóveis.  “Isso mostra que já havia suspeitas no passado. Espero que o Coaf possa se manifestar e dizer qual foi a operação que gerou desconfiança, qual banco operou, de onde veio o dinheiro e para onde ele foi. É inacreditável que os dias se passem e o ministro não esclareça a origem dos recursos. Alguma coisa muito grave está impedindo que ele faça esse esclarecimento”, declarou.

Já o deputado Fernando Francischini (PR) questionou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre a existência de investigação da Polícia Federal contra Palocci.  O petista negou a informação durante audiência pública da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado realizada hoje (19).

Motivado pelas denúncias de enriquecimento repentino contra o ministro da Casa Civil, Francischini vai apresentar projeto de lei para alterar a lei de improbidade administrativa e obrigar os agentes públicos a informar, além da declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física, uma relação das empresas de que façam parte. A proposta prevê ainda a proibição de contratos com cláusula de confidencialidade e a prestação de consultoria por agentes públicos que exercem função no Ministério da Fazenda, na Receita Federal e no Banco Central para instituições bancárias e empresas com ações na Bolsa de Valores.

“Temos que discutir na Câmara mudanças na legislação para evitar que casos como esse voltem a ocorrer. Essa legislação é um avanço e traz transparência nessas atividades”, explicou o parlamentar.

Fonte: Diário Tucano

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Editorial PSDB: O caso Palocci

O ministro precisa sim, e rapidamente, esclarecer a exata natureza dos serviços prestados

As diferenças são gritantes e os detalhes reveladores. Apontado pela Folha de S. Paulo como comprador de um imóvel residencial de altíssimo luxo e de um escritório em zona nobre da Capital paulista, no valor de R$ 7,2 milhões, Antonio Pallocci tentou se defender acusando.

Em 9 de agosto de 1995, a revista Veja informava que o então secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, José Milton Dallari, estava sendo investigado pela Receita sob a suspeita de tirar “vantagens econômicas em seus negócios particulares em função do cargo que ocupa”.

O alvo da investigação era o escritório de consultoria Decisão, que Dallari mantinha há dez anos.

Oportunisticamente, o então deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) dispensou provas e exigiu a cabeça do secretário: “Veja relatou à sociedade brasileira que existe uma investigação na Receita para esclarecer as atividades ilícitas desse secretário do governo Fernando Henrique Cardoso”.

Como era um governo democrático, aguardaram-se as provas e dias depois o secretário foi demitido e um processo enviado à 7ª Vara Criminal de S. Paulo.

Relembrando mais: também no primeiro governo de FHC, acusado de  passar um fim de semana numa fazenda do banqueiro Fernão Bracher, às vésperas de uma mudança na política cambial, o então presidente do Banco Central, Pérsio Arida, foi ao Congresso se explicar, diante de irados discursos do petismo.

Outra: apontado em suposto tráfico de influência e por ter comprado um apartamento onde mora até hoje, em 1999 o então secretário-geral da Presidência, Eduardo Jorge, além de ir ao Congresso cumprir o dever do esclarecimento, sofreu uma ruidosa perseguição por dois procuradores da República.

Para defender-se, abriu os sigilos fiscal, bancário e telefônico. Cinco anos depois, Eduardo Jorge conseguiu a punição dos dois procuradores e ser indenizado pelas acusações que sofrera.

Não terminou: no episódio da privatização da Telebrás, em 1998, o então ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, foi duramente fustigado, no Senado Federal, quando prestava esclarecimentos. Mendonça deixou o Ministério, sofreu diversos processos e foi absolvido em todos.

Indo mais longe, a 1993: acusado de envolvimento com os “anões do orçamento”, o chefe da Casa Civil do então presidente Itamar Franco, Henrique Hargreaves, licenciou-se imediatamente do cargo. Só voltou quando ficou claro que nada havia contra ele.

Parecem exemplos enfadonhos. Na verdade, servem para enfatizar comportamentos distintos entre os governos do PSDB  e do  Presidente Itamar Franco, com os do PT. Lula ainda trata a gravidade do mensalão como piada, além de, à época do escândalo, insistir que todos fazem a mesma coisa, como se todos os brasileiros fossem como os  mensaleiros.
É também uma postura que já se vê no governo Dilma Rousseff, que continua a passar a mão na cabeça e blindar seus ministros contra denúncias, como por exemplo, as diárias ilegais recebidas pela ministra da Cultura, Ana de Hollanda.

Ou, mais grave: o caso da espantosa multiplicação de patrimônio de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda de Lula e atual superministro da presidente na Casa Civil. Um ministério onde não pode pairar um grão de poeira, uma vez que é por lá que passam todos os atos de um governo.

Dilma e companhia já deviam ter entendido isso com o caso Erenice Guerra. Mas, aprender não é com o petismo, como atestam as cartilhas escolares.  Eles estão acima do bem e do mal.

O médico Antonio Palocci, flagrado como um rico consultor econômico-financeiro — o que pode, inclusive, caracterizar exercício irregular da profissão –, apoiado em partidos “da base aliada”, nega-se a dar esclarecimentos ao Congresso e reage com uma nota que, reduzida à expressão mais simples do seu guru, afirma: “Fiz, mas quem não faz?”

Na conhecida linha petista, transfere responsabilidade ao insinuar que outros colaboradores de governos anteriores fazem o mesmo. Uma tentativa fraudulenta e enganosa de fugir à sua responsabilidade.

Como sempre, os petistas não têm compromisso com a verdade e com a história. 
Pedro Malan começou como funcionário de carreira do Ministério do Planejamento. Nomeado negociador da dívida externa, mudou-se para Washington. Voltou para presidir o Banco Central no governo Itamar e, depois, assumir o Ministério da Fazenda. De volta à planície, cumpriu a quarentena determinada pelo Código de Ética Pública e se tornou diretor do Unibanco. Não tem nenhuma empresa de consultoria.

Pérsio Arida já era banqueiro antes mesmo de ajudar na concepção do Plano Real e acabar justamente como a galinha dos ovos de ouro da banca: a inflação. André Lara Resende também era um conhecido banqueiro de investimentos. Hoje, é um administrador de bens.
Antes de assumir o Banco Central, em 1999, Armínio Fraga dirigia um grande e famoso fundo de investimentos em Nova York do multimilionário George Soros. Depois de deixar o BC, e fazer quarentena, passou a conselheiro de um banco e hoje é, também, administrador de fundos de investimentos.

A origem de seus patrimônios, portanto, é mais do que conhecida. Todos trabalhavam no mercado financeiro e foram convidados para os cargos por seus conhecimentos da área, ganhando muito menos que em suas atividades anteriores.  Ao contrário de Palocci, que é médico, e, ao assumir o Ministério da Fazenda, trazia no currículo apenas o título de homem de confiança de Lula.

A diferença entre o PSDB e os lulopetistas é essa desde que o partido foi fundado em 1988: transparência, responsabilidade, diferenciação entre o que é público e privado, onde o Estado não é uma extensão dos interesses companheiros.

Quando acusado, o PSDB busca a luz da verdade. E não transformar o acusador em culpado.

O PSDB não faz pré-julgamento, acredita que o ministro tem o direito constitucional à presunção da inocência e à defesa, mas Antonio Palocci precisa sim, e rapidamente, esclarecer a exata natureza dos serviços prestados, os valores recebidos dos respectivos clientes.

Caso contrário, passará a suspeito de tráfico de influência junto ao governo do seu partido e de uso de informações privilegiadas, ao mesmo tempo em que exercia o cargo de deputado federal.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Um tucano de valor!


Mais um deboche do PT-DF com o dinheiro público

O presidente da Câmara Legislativa do DF, deputado Patrício (PT), tem uma importante missão no final desta semana: levar três companheiros para Florianópolis (SC), onde participam do encontro da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale). A discussão do relevante tema será custeada pelos cofres públicos e ocorrerá no paradisíaco Costão do Santinho, um dos melhores resorts do Brasil.

Foram selecionados pelo petista para integrar a comitiva os distritais Michel (PSL), vice-presidente da Câmara Legislativa, o segundo secretário Cristiano Araújo (PTB), a presidente da Comissão de Ética, Celina Leão (PMN). Além das passagens, a Câmara vai arcar com despesas de duas diárias para cada parlamentar presente.

Todo este desmando  mesmo diante da grande a pressão popular para que o Legislativo local melhore o rendimento. Até hoje, apenas 16 projetos de lei, todos de autoria do GDF, foram votados pelos distritais. O único aprovado de autoria parlamentar foi contestado em seguida pela Justiça.(com informações do jornal O Distrital)

Editorial do Correio Braziliense de hoje

Tormento e resgate de Brasília

Alcançaram ponto crucial de saturação as tensões sociais vivenciadas pela população de Brasília em razão da qualidade execrável dos serviços públicos e inoperância dos equipamentos urbanos. É a síntese que se pode extrair de reportagem do Correio Brazilense publicada ontem. O trabalho de apuração percorreu 182km, nas diversas comunidades, e o resultado mostra o quanto o cidadão, hoje, é privado de seus direitos. Nenhuma das demandas essenciais é atendida, ou, pelo menos, não é satisfeita em medida tolerável. A apreensão e a angústia tomam conta da maioria das pessoas. Na maior parte dos casos, sem distinguir os afortunados dos mais carentes.

Nas últimas duas décadas, para não ir mais longe, não houve ações efetivas para civilizar o trânsito, salvo a criação das faixas de pedestres há 12 anos. Mas a iniciativa se impôs de forma irresistível ao GDF, ante intensa mobilização popular e campanha sistemática deste jornal. Se o trânsito converteu-se em cenário de desastres, gargalos, falta de estacionamentos e emissor insuportável de poluentes, o pandemônio se completa com a falência dos transportes urbanos. A frota sucateada de ônibus se movimenta sem controle de horários, com unidades lotadas e acomodações indignas. Já o metrô, órfão de investimentos para universalizá-lo, não é menos caótico.

Não há, porém, outra omissão mais grave da administração governamental do que a rotina de enfermos nas portas dos hospitais e dos postos de saúde. São vítimas da desídia de gestores das políticas de assistência médico-hospitalar. O suplício não é maior porque houve alguma melhora no atendimento. Negligência existe também quanto à composição de conflitos na área do ensino. Agora mesmo, em função da greve de auxiliares em educação, 560 mil alunos estão fora das salas de aula e não recebem a merenda escolar.

Os governantes não se podem excluir de responsabilidade sob o argumento de que reside na intensa expansão populacional o agravamento dos problemas. Mas a invocação da justificativa comporta outra ordem de raciocínio. Por efeito do descaso no planejamento de políticas para absorver a explosão demográfica, hoje se chega a situação desesperadora. Como também não cabe, agora, agir como se os desafios para reverter o quadro sejam insuperáveis.

Já assoberbado com o índice inflacionário mais alto do país e alvo de altas incidências tributárias, o contribuinte brasiliense tem o direito legítimo de exigir do Poder Público esforço dinâmico e urgente para resgatar Brasília da situação lamentável a que chegou.


 Fonte: Redação / Correio Braziliense