quinta-feira, 31 de março de 2011

Infraero investiu apenas 2% do orçamento de 2011

Faltando quase três anos de um dos maiores eventos esportivos mundiais no Brasil, a Copa do Mundo de 2014, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) vai ter que correr para deixar pronto os aeroportos. Mas se depender do ritmo de desembolso da estatal isso não será muito fácil. Apesar do montante previsto de investimentos para este ano ser de R$ 2,2 bilhões, 51% superior ao ano passado, no primeiro bimestre de 2011, apenas R$ 53,8 bilhões foram utilizados.


Caso a execução orçamentária fosse linear, a empresa já deveria ter realizado 16% do orçamento anual. No entanto, o percentual atingiu apenas 2% neste primeiro bimestre. Apesar da pequena execução orçamentária, o valor pago neste período é maior do que o  desembolsado no mesmo período de 2010. Analisando-se os primeiros bimestres desde 2005, o montante pago neste ano só é superado pelas aplicações em 2007.



Na última terça-feira (29), A Comissão de Infraestrutura do Senado afirmou que vai convocar a Infraero e autoridades gestoras do projeto Copa do Mundo de 2014, no Brasil, para dar explicações sobre o atraso das obras para a competição.

Vinculada ao Ministério da Defesa, a Infraero administra 67 aeroportos, 69 grupamentos de navegação aérea e 51 unidades técnicas de aeronavegação, além de 34 terminais de logística de carga. Estes aeroportos concentram aproximadamente 97% do movimento do transporte aéreo regular do Brasil, o equivalente a dois milhões de pousos e decolagens de aeronaves nacionais e estrangeiras.

Em Brasília, para a primeira fase da Reforma e Ampliação Sul do Terminal de Passageiros e a construção do Módulo Operacional Provisório (MOP) para atender a demanda de passageiros nas salas de embarque e desembarque estão previstos R$ 11,4 milhões, mas até agora somente 1,8 milhão foi utilizado. As informações constam no cronograma divulgado pela Controladoria-Geral da União (CGU), no Portal da Transparência da Copa.

O maior problema é de gestão, afirma ex-presidente da Infraero

O ex-presidente da Infraero Adyr da Silva afirmou que não é somente o problema do teto de investimentos que contribui para o caos aéreo. “Hoje a Infraero tem mais recursos do que ela consegue gastar”, afirma.

A maior dificuldade apontada pelo ex-presidente da Infraero é a falta de uma boa gestão. “Há uma verdadeira “dança das cadeiras”. Nos últimos dez anos, dez presidentes passaram pela estatal, desses, quase todos não eram do ramo e quando foram aprendendo tiveram que ir embora. É assim que pretendem resolver o problema dos aeroportos do Brasil?”, questiona. Além disso, Adyr explica que há falta de tecnologia na estatal. “Não existe tecnologia apurada como devia, e quando há, existe quantidade, mas não qualidade”, diz.(com informações do Contas Abertas)


20 mil remédios ficam até 6,01% mais caros



Os remédios com preço controlado pelo governo devem aumentar de 3,54% a 6,01% a partir de amanhã. As regras valem para cerca de 20 mil medicamentos como antibióticos e remédios de uso contínuo. A resolução publicada no “Diário Oficial da União (DOU)” não define os percentuais do reajuste para cada medicamento, mas destaca que os novos valores terão de ser mantidos até março de 2012. Os reajustes foram calculados a partir de resolução publicada pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e foram projetados de acordo com fatores como o IPCA do ano calculado pelo IBGE e produtividade das indústrias farmacêuticas.


O aumento, por enquanto, não deve gerar impacto direto nos custos operacionais dos planos de saúde. Com isso, não haverá repasse ao consumidor em forma de aumento nos preços dos planos de saúde.



Veja alguns exemplos:
CATAFLAM (analgésico e antiinflamatório): Caixa com 20 comprimidos: R$ 22 - R$ 23,32
CLORANA 25mg (hipertensão): Caixa com 30 comprimidos: R$ 6,25 - R$ 6,62
LIPITOR 20mg (colesterol): Caixa com 30 comprimidos: R$ 153,13 - R$ 162,31 


Bom saber!





Você  sabia que no Paraguai (que não tem nenhum poço de petróleo) a gasolina custa R$ 1,45 o litro e sem adição de álcool? Na Argentina,Chile e Uruguai que juntos (somados os 3) produzem menos de 1/5 da produção brasileira, o  preço da gasolina gira em torno de R$ 1,70 o litro e sem adição de álcool?


Você  sabia, que já desde o ano de 2007 e conforme anunciado aos "quatro ventos" O Brasil  já é AUTO-SUFICIENTE em petróleo e possui a  TERCEIRA maior reserva de petróleo do MUNDO?

Realmente,só tem uma explicação para pagarmos
 R$ 2,90 (cartel do  DF) o litro: a GANÂNCIA do Governo com seus impostos e a busca desenfreada  dos lucros  exorbitantes da nossa querida e estimada estatal brasileira PETROBRÁS  que refina o petróleo por ela mesma explorado nas "terras tupiniquins".

Confira as fotos da homenagem ao senador Mario Covas no Senado na última terça-feira 29





quarta-feira, 30 de março de 2011

Obras do PAC:Centrais abandonam trabalhadores e só querem apoiar governo, diz Freire


As centrais sindicais estão mais preocupadas em apoiar o governo do que em defender os trabalhadores, disse o deputado Roberto Freire (SP), presidente nacional do PPS, ao analisar as condições de trabalho nas obras das usinas de Jirau e Santo Antônio, ambas no rio Madeira, em Rondônia, que levaram os operários a promover levantes inicialmente por causa de maus tratos por parte dos seguranças.

Freire afirmou que, “voltamos ao tempo do cambão, dos senhores de engenho, quando os trabalhadores ficavam reféns de dívidas de barracão”, referindo-se ao vínculo dos operários com empresas que montaram comércio nos acampamentos.



Omissão das centrais

Na avaliação do deputado, “é um escândalo que obras tão importantes para o país tenham condições de trabalho como as desses acampamentos”. É indigno de um país como o Brasil, acrescenta. “Só poderia partir de um governo que desrespeita completamente todos os direitos, com a complacência e a omissão das centrais sindicais brasileiras, todas elas mais preocupadas em apoiar governo do que em defender trabalhadores”.

A situação dos trabalhadores das usinas do Madeira, na avaliação de Freire, está precária porque o governo menospreza a lei. “Está entranhado no governo o desrespeito às leis trabalhistas quando lhe interessa, porque é obra do PAC, obra dos empreiteiros a eles (partidos do governo) vinculados, que são os senhores de baraço e cutelo nos acampamentos”.



Trabalho escravo

Essas semelhanças com trabalho escravo, diz Freire, são inaceitáveis, ainda mais em obras do governo. É um “escárnio” que tal situação ocorra em pleno século XXI, em uma obra de um governo federal, cujo partido se diz dos trabalhadores e que surgiu no movimento sindical. “Pergunta-se: para que ter Ministério do Trabalho, Delegacia do Trabalho e centrais sindicais, se a espoliação da mão-de-obra da classe operária no Brasil tem episódios como esses como exemplo; a que ponto chegamos!”.

Os operários estão expostos, ainda, a acidentes de trabalho que, muitas vezes, terminam em morte. Em Jirau, já morreram três operários, uma por choque elétrico, outro por esmagamento em um britador e um terceiro por acidente numa grua. O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Safady Simão, disse ao jornal O Estado de São Paulo que “o alto número de mortes é verdadeiro. Estamos intensificando os trabalhos e a atenção. As obras estão em um ritmo muito acelerado e as companhias não vêm treinando (pessoal), porque não há tempo para isso".

A taxa de mortalidade em obras do PAC está um pouco abaixo dos 19,79% por cem mil. Perde somente para o volume observado na construção civil, que é de 23,8% por cem mil trabalhadores. Os números de mortes em acidentes de trabalho fez com que o consultor para segurança e saúde da OIT (Organização Internacional do Trabalho), o médico Zaher Handar considerasse o índice altíssimo. É o dobro da registrada em outros setores da economia, 9,49% por cem mil.(O Estado de São Paulo)

O VALOR DO SALARIO FAMILIA PRESIDIARIO PASSOU A SER DE R$ 810,18.

NO CASO DE MORTE DO "POBRE PRESIDIÁRIO", A REFERIDA QUANTIA DO AUXÍLIO- RECLUSÃO PASSA A SER"PENSÃO POR MORTE".ENQUANTO O TRABALHADOR SÓ RECEBE R$ 545,00.ESTE É O GOVERNO DO PT!

terça-feira, 29 de março de 2011

Movimento de mulheres critica programa para gestantes lançado por Dilma


O Programa Rede Cegonha, lançado nesta segunda-feira, 28, pela presidente Dilma Rousseff, foi criticado por militantes de movimentos de defesa dos direitos das mulheres. Em Porto Alegre, a Rede  Feminista de Saúde Direitos Sexuais  e Direitos Reprodutivos observou que se trata de um retrocesso em relação aos avanços que já haviam ocorrido no setor. Ainda segundo a organização, a presidente poderia ter avançado na questão de atendimento às vítimas de violência sexual.“Voltamos a uma visão materno-infantil da saúde das mulheres, quando já considerávamos que a Política  Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, surgida em 1983, parecia estar consolidada”, observou a cientista política Telia Negrão, secretária executiva da entidade em nota distribuída à imprensa.
Ainda de acordo com a cientista política, embora a proposta do programa esteja assentada num diagnóstico realista das dificuldades na atenção à saúde das mulheres, “suas respostas não abrangem o conjunto de causas que levam as mulheres brasileiras a adoecer e morrer durante a gestação, o parto e o puerpério”.

A nota especifica os casos de abortos inseguros, que poderiam ser evitados se mulheres tivesse “maior acesso aos serviços de acolhimento a vítimas de violência sexual, à anticoncepção de emergência, a violência fatal que atinge as mulheres na gestação, o racismo institucional e outras desigualdades sociais”.

A Rede Feminista, que existe há quase duas décadas, vai solicitar ao Ministério da Saúde um prazo maior para o debate da proposta e o seu envio para debate nos conselhos de saúde e direitos da mulher.O lançamento do programa ocorreu em Belo Horizonte. Com o objetivo de disseminar práticas que ajudem a reduzir as taxas de mortalidade infantil e materna, ele tem orçamento previsto de R$ 9 milhões.(Estadão)

_____________________________________________

Câmara e Senado fazem homenagem ao nosso saudoso senador Mario covas



Hoje logo mais às 14h a Câmara e o Senado realizam sessão solene em homenagem ao ex-senador e ex-governador de São Paulo, o tucano Mário Covas, falecido há dez anos. 

Junto com o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso,  os ex-senadores Franco Montoro e José Richa e outros, como  Euclides Scalco, Covas fundou o PSDB, em 1988. Eleito governador de São Paulo em 1994, foi responsável pela reorganização das finanças públicas estaduais. Foi com Covas, aliás, que o PSDB primeiro mostrou ao Brasil que a privatização é uma alternativa de modernizar e expandir serviços. Em São Paulo, ele privatizou estatais e as estradas, tornando-as as melhores do País.
Reeleito em 1998, Covas não pôde terminar o mandato por causa do câncer. Ele morreu no dia 6 de março de 2001 e foi sucedido pelo também tucano Geraldo Alckmin que nunca deixou de usar Covas como referência.
Na Câmara, o requerimento para a homenagem foi apresentado pelo presidente nacional  do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), e pelo líder da bancada do partido, deputado Duarte Nogueira (SP). No Senado, a iniciativa foi da senadora Marisa Serrano (MS). Ela destacou que a iniciativa é uma justa homenagem a um dos maiores políticos brasileiros. “Covas sempre se preocupava em alinhar o desenvolvimento econômico com o social. Ele era respeitado pelo conjunto das idéias, valores, crenças e ações. Foi um exemplo de homem público”, ressaltou.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Etanol sobe 9,2% em Brasília!

Os preços do etanol hidratado praticados nos postos brasileiros subiram em 24 Estados e no Distrito Federal (DF), e caíram em apenas dois, de acordo com dados coletados pela Agência Nacional de Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na semana terminada em 26 de março de 2011. Os preços caíram no Acre e em Roraima.
A maior alta foi registrada no DF, de 9,2%, seguido por Paraná, com 6,69%, Santa Catarina com 6,62% e São Paulo com 6,43%. A maior queda foi verificada no Acre, com 1,03%. O preço médio em São Paulo ficou em R$ 2,118 por litro ante R$ 1,99 na semana anterior. No Paraná, o preço médio ficou em R$ 2,166 (R$ 2,030 na semana anterior).
Na média de preços do Brasil, a gasolina segue mais competitiva que o etanol. Segundo a ANP, na média do Brasil, o preço do etanol ficou em R$ 2,194 na semana, ante R$ 2,066 registrada na semana anterior. Em relação à média do preço da gasolina no País, que foi de R$ 2,677 por litro, o preço do etanol é competitivo até R$ 1,8739 por litro, o que confere maior competitividade à gasolina.
No Brasil, o preço mínimo registrado para o etanol foi de R$ 1,899 por litro, nos Estados de Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe. O preço máximo foi de R$ 2,899 por litro registrado no Rio Grande do Sul. Na média de preços, o menor preço médio foi R$ 2,012 por litro, registrado em Pernambuco, e o maior preço médio foi registrado no Acre, a R$ 2,464 por litro.(com informações do Estadão) 

Reclamação cidadã!

A última do GDF é increver na dívida ativa todo e qualquer mau pagador. Deveria começar por ele próprio (GDF) encabeçando a lista, não é mesmo Dep. Chico Vigilante!? Projeto de Lei do GDF em tramitação na CLDF pretende colocar o nome de todos os inscritos na dívida ativa em cadastros do Serasa e SPC. No entanto, o GDF possui dívidas trabalhistas altissímas com seus funcionários (Educação e Saúde entre outros) e não os pagam, muito menos é punido por isso! É olha que o GDF deve muito, não é pouco como alguns cidadãos que já são achacados a vida toda por impostos exorbitantes do Estado! 

João Moura Via twitter Águas Claras-DF

Curtas de hoje...

O governo não sabe mesmo o que quer. Enquanto privatiza a Infraero, reestatiza a Vale. Dilma está falando pouco com Antonio Palocci...(CH)


O Ministério da Cultura do governo Dilma Rousseff autorizou um certo Instituto Cultural Brasil Onirê a captar R$ 710 mil, pela Lei Rouanet, fazendo o governo brasileiro abrir mão de receita de impostos, para lavar as escadarias da igreja da Madeleine, em Paris. O pretexto é divulgar “o patrimônio cultural brasileiro”. O tal Instituto é de Santo Amaro (BA), terra de Maria Bethânia, a blogueira de R$ 1,3 milhão.(CH)


O Sindicato dos Agentes Penitenciários se reúnem nesta quarta-feira (30) em assembleia geral da categoria. O sindicato ameaça parar as atividades a partir de quinta-feira (31), caso o governo não atenda suas reivindicações. A assembleia está marcada para às 16h30, próxima à entrada do Complexo Penitenciário da Papuda.(PL)

Imposto para compras no exterior triplicam e chegam a 6,38%

O governo divulgou que irá realizar algumas mudanças para aumentar a arrecadação, depois de ter feito uma correção da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) até 2014. Os setores que terão sua tributação elevada serão os de compras no exterior com cartões de créditos e alguns tipos de bebidas - cervejas, refrigerantes e águas. O valor aproximado do que deve ser arrecadado não foi informado. 

A publicação do decreto presidencial no "Diário Oficial da União" faz com que a medida do IOF para cartões entre em vigor nesta segunda-feira. Contudo, seus efeitos sobre as operações de câmbio liquidadas só devem começar a acontecer dentro de 30 dias.





Crédito

Segundo o decreto presidencial 7.454, a alíquota do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) cobrada nos gastos feitos com cartões de crédito no exterior foi elevada de 2,38% para 6,38%, encarecendo as compras de produtos feitas no exterior através desta forma de pagamento.

As despesas no exterior bateram recorde em 2010, quando somaram US$ 16,4 bilhões, dentre esse valor, US$ 10,16 bilhões eram via cartões de crédito. Com o cartão de crédito, os consumidores conseguem uma cotação do dólar mais próxima do valor comercial, que geralmente é informada na fatura dos cartões. Esse tipo de cotação é bem mais baixa do que o dólar comercial, que é o que os bancos cobram de turistas que pretendem levar a moeda norte-americano para o exterior.

A medida do Banco Central vem na intenção de frear os gastos brasileiros no exterior, melhorando o perfil das contas externas. Segundo a instituição financeira, é previsto um rombo de US$ 60 bilhões nas contas externas para este ano.(SRZD)

domingo, 27 de março de 2011

Disparada dos preços ressuscita velhos hábitos da inflação

Depois de seis planos econômicos fracassados, a partir de 1994, com o nascimento do Plano Real, finalmente os brasileiros puderam aposentar o uso das despensas e de freezeres e, melhor, garantir o tão sonhado poder de compra. A temida hiperinflação, que, um ano antes, deixara uma alta de 2.477% no custo de vida, começava a ser coisa do passado. Em 2011, quando a estabilização da economia completa 17 anos, o trauma que parecia vencido voltou a perturbar os brasileiros. Uma geração inteira de filhos da inflação anda assustada com a remarcação exagerada de preços nos supermercados, a ponto de ressuscitar velhos hábitos, como o de estocar mercadorias. No comércio, o mais execrado dos símbolos do longo período de descontrole inflacionário, a maquininha de etiquetar produtos, voltou a dar as caras. Restaurantes já não se intimidam em, diariamente, rasurar os cardápios, sempre cobrando a mais por bebidas e pela comida.


Ainda que não queira fazer alarde, a equipe econômica do governo Dilma Rousseff entrou em estado de alerta. Mais do que lidar com as desconfianças do mercado financeiro, que vem jogando as estimativas de inflação para cima, o que realmente está demandando as atenções é o comportamento da população diante da carestia. A apreensão no Palácio do Planalto pode ser traduzida por um importante assessor da presidente. Diz ele: “Quando nos dirigimos aos analistas e afirmamos que as medidas tomadas pelo governo, como a alta da taxa de juros (Selic) e a restrição ao crédito, terão efeitos daqui a seis meses, mesmo resistentes, eles entendem o que estamos dizendo. Quando, porém, pedimos às pessoas que tenham paciência, apesar de os preços dos alimentos terem subido mais de 60% desde julho do ano passado, de nada adianta. O quilo da carne, cujo valor dobrou em menos de um ano, fala mais alto”.


O aposentado Leonardo Giordano, 63 anos, que o diga. As últimas idas ao supermercado fizeram com que ele voltasse ao passado. Contrariado com a constante alta dos preços, religou o antigo freezer, comprado para estocar carne no fim dos anos 1980, quando a inflação chegava a 40% em um único mês. “Infelizmente, tive de fazer isso para congelar os preços”, lamenta. Ele conta que, a cada vez que sai de casa para fazer as compras mensais, está voltando com menos produtos. “Há algo de muito errado no ar. Depois de muitos anos, estou vendo o fantasma da inflação de volta”, diz. Não sem motivos. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de março, prévia do indicador oficial do mês, o tomate ficou 17,57% mais caro e a batata-inglesa, 9,66%. O quilo da picanha já é vendido a R$ 60.


Pessimismo

O processo de remarcação está tão intenso que 83% dos entrevistados pelo Instituto Datafolha dizem que a inflação continuará alta ou poderá aumentar mais. Tal percepção se repete no mercado. Já há analistas falando em índices superiores a 7% neste ano, nível sem precedentes desde 2005. O governo atribui esse salto às commodities (mercadorias com cotação internacional), sobretudo as agrícolas, afetadas por contratempos climáticos. E garante que os preços desses produtos vão cair nos próximos meses. Entre os especialistas, contudo, o atual processo inflacionário carrega uma série de motivos: além das commodities e de fatores positivos como a melhoria do mercado de trabalho, há a gastança dos últimos dois anos do governo Lula para ajudar a eleger Dilma.



O próprio presidente do BC, Alexandre Tombini, admite que, entre junho e julho próximos, a inflação acumulada em 12 meses ficará acima de 6,5%. “Ninguém consegue conviver com isso”, reclama, taxativo, o aposentado Giordano. “Quando se vive com inflação alta, o dinheiro não vale nada. O negócio é gastar o mais rápido possível porque o salário vira pó muito rápido”, ensina. Mas nem de longe ele quer seguir essa receita novamente.


Garantia de lucro

Produtos com mais de uma etiqueta podem ser facilmente encontrados no comércio, principalmente em pequenos estabelecimentos, nos quais o código de barras ainda não foi implantado. Nas grandes redes de supermercados, os reajustes são mais rápidos e feitos de forma mais discreta: basta trocar os preços estampados nas prateleiras e confirmá-los no computador. Quem come e bebe fora de casa encontra valores corrigidos à caneta sobre a tarifa original em etiquetas ou mesmo ao lado dos antigos números. “Se o supermercado reajusta as mercadoria, em bares e restaurantes acontece o mesmo. Se não for assim, não temos lucro”, diz um comerciante.



Este é o Brasil que o Lula nos deixou!(com informações do Correio Braziliense)

sábado, 26 de março de 2011

Ex-aliado acusa Agnelo de usar caixa dois em campanha

Ex-aliado do petista Agnelo Queiroz acusa o atual governador do Distrito Federal de fazer caixa 2 na campanha eleitoral de 2010.

O jornalista José Seabra publicou em seu blog (noti bras.com.br) um texto afirmando que o "expediente espúrio" foi usado para o petista chegar ao cargo.
Durante a campanha, Seabra editava um jornal pró-Agnelo, que atacava seu adversário Joaquim Roriz (PSC).

O jornalista foi condenado pelo TRE-DF em ação que questionava abuso do poder econômico e uso indevido de veículos de comunicação.

Agora, Seabra afirma que Agnelo usou dinheiro de caixa 2 e distribuía pacotes de até R$ 50 mil para "negociar a participação de grupos de empresários na campanha". "Também era dali que saia parte do dinheiro para pagar apoios."

A assessoria de Agnelo negou as acusações. O advogado da campanha, Luis Alcoforado, rebateu a afirmação e disse que as contas "foram aprovadas sem ressalvas".(Informações da Folha)

Qualidade de vida cai no DF




A crescente violência urbana, os congestionamentos intensos e diários, o alto custo de vida e a enorme disparidade entre pobres e ricos. Tudo isso, aliado à precariedade dos serviços de saúde e educação, é a tônica da decadência da qualidade de vida no Distrito Federal. Os mais saudosos moradores dessa unidade federativa lamentam a condição em que a tão idealizada e planejada capital da República chegou, visto que Brasília sempre foi referência em qualidade de vida por proporcionar a sensação de segurança e o acesso a bens e serviços públicos de qualidade.

Para o sociólogo e cientista político Rócio Stefson Barreto um dos maiores fatores que impede que a qualidade de vida avance é a segregação social, pois ela existe em todas as cidades do país, mas, ao menos quanto ao campo espacial (físico), em Brasília a demarcação é muito mais evidente. “A separação entre pobres e ricos é bem mais vista aqui, pois acontece entre uma cidade-satélite e outra, e não apenas entre bairros ou até mesmo entre favela e asfalto, como acontece na maioria das metrópoles brasileiras”, argumenta.

Barreto aponta que as cidades-satélites são comumente vistas como foco de violência e de desamparo social, enquanto o Plano Piloto se mantém como molde a ser alcançado pelas demais cidades.

O pesquisador considera que a qualidade de vida está comprometida porque Brasília foi pensada sem se pensar também no Entorno, que começou a ser visto como ameaça. “Não adianta desenvolver o DF e deixar o Entorno sem desenvolvimento. Tem que pensar o Entorno como forma de ampliar a qualidade de vida no DF e não sob a perspectiva de que vai estar dando a mão para um outro estado”, avalia. Ele acrescenta que o fato de o DF ser “um chama de pessoas para virem para cá”, é um dos motivos pelo qual essa unidade federativa recebe verbas federais para custear a saúde, segurança e educação.

Barreto esteve recentemente na Europa e conta que lá predomina o bom tratamento ao idoso e o transporte público é exemplar, o que denota o alto nível da qualidade de vida. “Estive em Portugal e você vê o tratamento que se dá para o idoso: é excelente. Em Paris, eu não andei um dia sequer de carro, o transporte público na Europa é excelente. É uma satisfação”, observa. Ele reforça que uma das maiores preocupações que ameaça a qualidade de vida hoje é o transporte. “Não há investimento, não há compromisso. Pelo contrário, há exploração”, aponta.

Megalópole
O presidente do Conselho Comunitário de Segurança do Sudoeste e Octogonal, Elber Barbosa, encontra bastante diferença entre a qualidade de vida em Brasília 30 anos atrás e hoje. Para ele, a qualidade de vida em Brasília vem caindo muito, principalmente pelo crescimento desordenado da população, com a agregação de novas cidades-satélites. Isso torna difícil resolver as questões, principalmente de saúde e educação, porque não há como dispor de serviços de qualidade para a enorme demanda. “Não tem saúde, não tem educação, escola para essa turma toda e eu acho que isso causa a invasão de moradores de rua que hoje temos. Ainda sou do tempo em que Brasília não tinha sinais de trânsito como hoje tem. Se não houver uma providência das autoridades administrativas, a tendência é Brasília se tornar uma megalópole desgovernada”, analisa Elber.

Segundo o Instituto Brasília de Geografia e Estatística (IBGE), os primeiros resultados divulgados do Censo 2010 apontam que o Distrito Federal hoje possui cerca de 2.562. 963 habitantes, sendo que 96,6% desse dessa população se encontra em área urbana. O fator grave que os dados apontam é que Brasília foi planejada para acomodar uma população de 500 mil habitantes, daí a lógica de decadência da qualidade de vida.

Elber Barbosa aponta que embora Brasília tenha o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, e também uma das maiores renda per capita, a diferença entre o mais rico e o mais pobre é também a mais alta do Brasil. “Essa tamanha diferença gera todos os problemas que tanto falamos. Em Brasília, o sujeito até a classe média alta ganha bem, em compensação, a quantidade de desempregados na proporção é a maior do país. Embora a gente tenha renda alta, também a maior taxa de desemprego do Brasil é em Brasília”, pondera Barbosa.

O cientista político Rócio Barreto aponta que falta infraestrutura como água, luz, esgoto e coleta seletiva nas cidades mais novas. Além disso, ele também considera que a falta de moradia digna para uma maioria também implica na qualidade de vida geral.

Para Barreto, o DF também não oferece entretenimento e prática esportiva, além do que falta evento cultural a preços populares. “No DF a cultura é a mais cara do país desde cinema, teatro, música e museu”, observa.

A falta de lazer e entretenimento, segundo o pesquisador, é um dos fatores que mais contribui para favorecer o envolvimento dos jovens em drogas e crimes, o que aumenta a violência. A carência na educação também afeta a infância e adolescência sendo considerado um dos mais importantes fatores que contribui para a elevação ou queda da qualidade de vida. É preciso contar com bons professores, assíduos, responsáveis e que cumpram seu papel social, aponta Rócio Barreto. Aliado ao desempenho do profissional, também é necessária haver proximidade das escolas às casas dos estudantes e estrutura adequada.

“Várias são as razões que levaram Brasília à passagem de cidade-modelo para metrópole violenta, e com queda na sua qualidade de vida. O fator, porém, que torna a situação brasiliense peculiar, em relação às demais metrópoles do país, é a delimitação mais marcante entre os habitantes das cidades-satélites e os do plano piloto”, avalia.
A tão propagada qualidade de vida de Brasília não é uma realidade vivenciada por todo o Distrito Federal. É o que aponta a presidente do Instituto Brasileiro de Qualidade de Vida (IBQV), Elizabet Campos. Ela explica que esse atributo é dado a Brasília levando em conta três elementos fundamentais que são: renda, saúde e educação. Para Elizabet, é grande a responsabilidade de manter o título concedido pelo Programa das Nações Unidades (PNUD) que destaca a capital federal como a detentora de um dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano do país. “A gente tem que empreender esforços para segurar a manutenção desse título. Tem tanta coisa comprometendo a nossa qualidade de vida que é grande a responsabilidade de manter esse título, pois podemos a qualquer hora perder”, comenta.

O IBQV realizou nos últimos meses de janeiro e fevereiro no Distrito Federal uma pesquisa para saber quais os pontos que contribuem para a melhor qualidade de vida do morador do DF e quais precisam melhorar. “É um compromisso nosso democratizar essa qualidade de vida, pois é um direito de todos. O que adianta Brasília ser linda no plano piloto ou no Sudoeste e a realidade não ser igual para todas as comunidades”, reflete.

Para obter dados sobre a qualidade de vida no DF, o IBQV entrevistou mil pessoas e conferiu que a maioria sente prazer em viver em Brasília apesar dos problemas. Entre os pontos que comprometem a qualidade de vida foram destacados a segurança pública, o transporte público, a saúde e a educação. “Todo mundo está assustado com o aumento da violência, com o número de acidentes, de mortes, um terror. É violência no trânsito, é no uso das drogas. Antes a gente tinha segurança e hoje não tem mais é o que a maioria dos entrevistados respondeu”, conta Elizabet.

Para a presidente do IBQV, a responsabilidade de todos os cidadãos brasilienses é tentar diminuir essa desigualdade estimulando ações individuais, coletivas, organizacionais. “Brasília cresceu  e hoje é uma jovem senhora que vai completar 51 anos e que já sofre dos males das grande metrópoles”, observa.

A falta de estacionamentos e de acesso a moradia, bem como o alto custo de vida, são outros fatores que impactam na qualidade de vida no DF, segundo apontou a pesquisa do IBQV.

Morador do Sudoeste desde 1996, Elber Barbosa conta que nunca vira antes o trânsito tão caótico como o atual. “Há 10 anos era maravilhoso, mas hoje as vias não foram adequadas, a quantidade de escoamento de água pluvial também não foi dimensionada para dobrar de tamanho como o Sudoeste foi nos últimos anos”, comenta.

Barbosa lamenta que atualmente é “praticamente impossível” sair do Sudoeste em horários de pico e conta que em muitos dias precisa esperar uma sequência de abrir e fechar oito vezes o semáforo para conseguir sair do Parque da Cidade em direção ao Sudoeste. O drama enfrentado por Elber Barbosa se repete nas várias vias de acesso do Distrito Federal, bem como nas grandes capitais do país. Em São Paulo, na última semana, o trânsito praticamente parou e registrou o segundo maior engarrafamento da capital no ano.

 Especialistas apontam que o problema do congestionamento é como “uma doença contagiosa” que está contaminando todas as grandes cidades e precisa de solução urgente. Para se encontrar a origem do problema, basta tomar conhecimento de que a frota de veículos no DF é praticamente na proporção de um veículo para cada dois habitantes. Por mais que haja o esforço dos governos, reforçar o asfaltamento, ampliar vias e construir viadutos, na proporção de crescimento da frota, segundo os especialista, sempre vai se configurar como uma ação paliativa.

Basta se dizer que Brasília hoje possui uma frota de 1.249.928 (dados do Detran-DF de fevereiro), o que aponta uma proporção de praticamente um veículo para cada dois habitantes, segundo os dados populacionais do IBGE que apontam que o DF possuía, em 2010 mais de 2,5 milhões de habitantes.
O professor de serviço social, Vicente Faleiros, considera urgente a necessidade de defesa do meio ambiente e aponta a problemática do trânsito como também uma questão ambiental que se soma a outras como a preocupação com as áreas verdes, com a água e o lixo. “Eu acho que tem que ter um debate público, uma audiência pública sobre Brasília e a questão ambiental. O crescente número de automóveis que circulam na cidade vêm aumentando o índice de poluição local. “Hoje de manhã as rádios anunciavam engarrafamentos em todas as vias do DF”, conta.

Para Faleiros, as pessoas estão utilizando o automóvel como meio de transporte individual e a cidade não está comportando isso. “Com a política de venda de automóveis que foi criada nos últimos anos está se criando um ciclo vicioso em que quanto mais vias você tem para o automóvel, mais automóvel aparece nas vias. Então é preciso mudar esse paradigma”, observa.

O cientista social aponta que é necessário focar mais no transporte público e criar uma outra lógica de organização da circulação na cidade, promovendo a maior consciência e educação ambiental.
Faleiros diz que a educação ambienta deveria constar na grade escolar do ensino público.

A proposta do pesquisador para que Brasília possa suportar o tráfego é que haja uma reformulação dos horários de funcionamento nos diversos setores da cidade a exemplo das escolas, do comércio e dos órgãos públicos. Com isso, ele acredita que é possível melhorar a questão do acúmulo de fluxo em determinados horários. “Brasília é uma cidade burocrática então é preciso uma mudança radical do fluxo para evitar os engarrafamentos estabelecendo horários distintos para os diferentes setores e dentro do próprio setor, também devem existir horários diferenciados”, conclui. 

Faleiros propõe que seja feito um debate público na Câmara Legislativa do DF com envolvimento dos poderes Executivo e Judiciário, além da participação da sociedade, a fim de discutir essas questões que incidem diretamente na qualidade de vida da população do Distrito Federal. “Teria que entrar nessa discussão, a questão das políticas para transporte, água e lixo, pois eu acho que são as três questões que mais preocupam e que estão sendo pouco consideradas”, conclui.


Para o cientista político Rócio Barreto, o crescimento desordenado é uma das causas dos trânsitos congestionados em Brasília. “Não adianta dizer que o trânsito ampliou porque mais pessoas tiveram condições de comprar carro, é porque houve aumento populacional mesmo. O Guará, por exemplo,  cresceu de um jeito, uma loucura, acho que dobrou nos últimos 10, 15 anos”, comenta.

Ele afirma que o Guará continua sendo uma cidade dormitório e por isso as pessoas ainda têm que buscar as vias de acesso ao plano piloto para poder ir para o trabalho. “Não há ciclovias, uma forma de trânsito bem explorada na Europa. O caminho é investimento. Se não houver investimento a qualidade de vida vai deixar de existir na capital da República”, conclui.

Para Elber Barbosa, que preside o Conselho Comunitário de Segurança do Sudoeste e Octogonal, a presença de moradores de rua na área vem se intensificando. “Muita gente vem para Brasília na esperança de ter uma vida melhor e ao chegar aqui se depara com a falta de emprego, saúde e educação, por isso vão viver na rua. A presença de moradores de rua é uma das coisas mais reclamadas no conselho porque aumenta a insegurança dos moradores”, aponta.

Barbosa comenta que nos últimos 10 anos, a população vem crescendo a uma taxa de aproximadamente 90 mil habitantes por ano, o que representa uma velocidade muito grande. “Se cresce tanto assim, daí você precisa gerar 50 mil vagas de emprego por ano, mais 50 mil na escola, mais 50 mil na saúde, e isso não acontece. Não há governo que consiga fazer isso”, reflete.
Ele acrescenta que o trânsito mais intenso e o estresse constante é uma tendência das cidades que cresceram além das outras.(Jornal da Comunidade)